São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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Dono da Novadata nega ter sido beneficiado por ser amigo de Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dono da empresa Novadata, Mauro Dutra, negou ontem, na CPI dos Correios, que tenha sido favorecido em licitações da estatal ou que tenha sido beneficiado no atual governo por sua amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também negou pagamento de propina ao ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho e ao ex-diretor de Administração Antônio Osório para conseguir reajuste de contrato.
Relatório preliminar do TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou indícios de favorecimento de Marinho para a concessão de R$ 3,4 milhões no contrato da Novadata, destinados a aquisição de kits de informática.
Em 2002, a empresa pediu reajuste de 18% -R$ 17 milhões- baseado na alta do dólar. A comissão que analisou o pedido autorizou reequilíbrio de apenas 12% -R$ 11 milhões. Segundo Dutra, foram pagos até agora R$ 5,5 milhões e Marinho não fazia parte dessa equipe.
A Novadata entrou com recurso para receber o restante quando foi montada nova comissão, da qual Marinho era integrante.
"Não conheço o doutor Osório, não tive nenhuma influência na sua indicação, assim como não tive influência na indicação do ex-diretor de Tecnologia Eduardo Medeiros", disse o empresário.
Dutra admitiu sua amizade com Lula, a quem conhece há 15 anos, mas afirmou que só o encontrou duas vezes depois que assumiu a Presidência. Segundo o empresário, a média de faturamento da Novadata foi de R$ 170 milhões em 2002, 2003 e 2004.
Segundo Dutra, o maior faturamento da Novadata nos últimos cinco anos foi em 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando saltou de R$ 4,7 milhões para R$ 63,7 milhões, devido ao contrato do Banco Postal, nos Correios. (FK e CG).


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