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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Pano rápido
A ampla vantagem sobre Geraldo Alckmin nas pesquisas reconduziu à agenda do Planalto a necessidade
de elaborar um plano para tentar barrar o que os petistas chamam de "terceiro turno da eleição". Em caso
de vitória de Lula, a idéia é criar fatos políticos que diluam a repercussão dos escândalos do dossiê e das
cartilhas, já que a conclusão das investigações nos
dois casos deve ficar só para depois da votação.
Dirigentes do PT falam numa composição rápida do
eventual segundo governo, com foco na nomeação de
ministros e na acomodação de aliados a partir de novembro. A tática, dizem, recomporia a base aliada no
Congresso e evitaria que a CPI dos Sanguessugas se
transformasse num posto avançado da oposição.
Adubo. Membros da oposição na CPI dos Sanguessugas
tentam driblar o comando das
investigações sobre o dossiê a
fim de achar, na Polícia Federal, delegados e agentes dispostos a denunciar suposta
pressão para abafar o caso. Dizem que a operação pode ter
sucesso antes da eleição.
Como está. A perspectiva
de que Paulo Lacerda possa
deixar o comando da Polícia
Federal já desencadeou uma
disputa entre os grupos da
corporação pelo seu lugar.
Preocupado com o movimento, o ministro Márcio Thomaz
Bastos trabalha pela permanência do diretor-geral.
Pista. A todo mundo que
pergunta, Lula repete que não
vai adiantar nomes da nova
equipe caso seja reeleito. Mas
o presidente tem sido tão pródigo em elogios a Celso Amorim que a permanência do ministro das Relações Exteriores é dada como certa.
Veja bem. Na sabatina
com jornalistas da Folha, Lula se dirigiu ao governador
eleito de Sergipe, Marcelo
Déda (PT), para dizer que ele
era contra a revitalização do
rio São Francisco. O petista
interrompeu: "Sou contra a
transposição, presidente".
Sensação. Lula disse no
avião, de volta a Brasília, que
sua maior emoção na reunião
com intelectuais no Rio, anteontem, foi ver Dercy Gonçalves. De bengala e sem conseguir falar, por conta de rouquidão, a veterana atriz foi
ovacionada ao subir no palco
para cumprimentar o petista.
No lucro. A coordenação
de campanha de Lula comemora a "retirada de campo"
de André Puccinelli (PMDB)
logo após o fim do primeiro
turno. O governador eleito do
Mato Grosso do Sul era um
dos apoiadores de Alckmin.
Anticlímax. O comitê de
Geraldo Alckmin reagiu com
desespero à sua declaração
segundo a qual o governo terminará antes de começar se
Lula vencer. Para aliados do
tucano, ele deu corda às acusações de golpismo que o PT
tenta colar na oposição.
Três frentes. Até o dia de
votação, Alckmin, sua mulher, Lu, e o candidato a vice,
José Jorge, se dividirão para
cumprir agendas de campanha em diferentes Estados. Só
nos últimos dois dias, o senador pefelista esteve em Goiás,
Mato Grosso e Espírito Santo.
Professor. Em entrevista
ontem, Cláudio Lembo (PFL)
voltou à carga contra FHC. Ao
ver uma repórter da rádio
CBN, emissora para a qual o
ex-presidente disse "não, sou
contrário à privatização da
Petrobras", o governador de
São Paulo ironizou: "Eu coloco as vírgulas no lugar, verbalmente ou por escrito".
Visitas à Folha. Antonio
Delfim Netto, deputado federal pelo PMDB de São Paulo,
visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e presidente da Afrobras
(Sociedade Afro-Brasileira de
Desenvolvimento Sociocultural), visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de
Francisca Rodrigues, diretora
de comunicação.
Tiroteio
"A campanha de Lula está sentada sobre
bombas-relógio. Todo o trabalho do governo é
para que elas só estourem depois da eleição".
Do senador SÉRGIO GUERRA (PSDB-PE), coordenador da campanha de
Geraldo Alckmin, sobre os casos do dossiê contra tucanos e das cartilhas encomendadas pela Secom.
Contraponto
Sem rodeios
Renan Calheiros (PMDB-AL) reuniu os líderes do Senado na terça para tentar um acordo a fim de desobstruir a
pauta e votar medidas provisórias. De olho na resistência
de Antonio Carlos Magalhães (BA), o presidente da Casa
sugeriu uma visita de líderes ao gabinete do pefelista, que
fica próximo à presidência. Seria, ainda, uma forma de
afagar ACM, grande derrotado nas eleições da Bahia.
-Senador, o senhor está tão queimado! Andou pegando
sol, foi para a praia? -disse Renan tão logo chegou com
os colegas ao gabinete do pefelista.
ACM foi sincero:
-Nada disso. Eu estou vermelho é de raiva, mesmo!
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