São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006 |
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ELEIÇÕES 2006 / SABATINA FOLHA Se houve crime eleitoral no dossiê, eu terei que pagar, afirma Lula
Em entrevista à Folha, presidente diz duvidar que dinheiro apreendido pela PF tenha saído do caixa de sua campanha
Bem-humorado, mas exaltando-se em alguns momentos, quando a entrevista tratou dos escândalos de seu governo e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva minimizou seu favoritismo (tem 19 pontos de vantagem sobre Geraldo Alckmin), mas na maior parte das vezes comportou-se como candidato reeleito ao responder à sabatina da Folha, realizada ontem de manhã, no Palácio da Alvorada, atendendo a prerrogativa da Presidência. Lula aceitou que, caso seja confirmada a hipótese de que o dinheiro do dossiê saiu da sua campanha, estará sujeito a punição eleitoral. Mas emendou: "Duvido que seja da minha campanha", sem considerar, porém, a hipótese de caixa dois. Negou que tenha procurado com os amigos envolvidos na operação as respostas que espera da Polícia Federal em investigação que, segundo ele, podem durar até dois anos. Lula considera o ex-assessor Freud Godoy uma vítima do caso. Mas diz não estar convencido do mesmo em relação aos demais petistas. O presidente respondeu a perguntas dos colunistas Clóvis Rossi e Mônica Bergamo e dos editores Fernando de Barros e Silva (Brasil) e Renata Lo Prete ("Painel"), além de questões de leitores -indicadas como tal a seguir. A Presidência vetou a transmissão pela TV UOL. FOLHA - Podemos começar com a
pergunta que o senador Cristovam
Buarque (PDT) fez para a sua cadeira
vazia no debate da TV Globo, no primeiro turno. Se se comprovar que o
dinheiro para a compra do dossiê
veio da campanha presidencial do
PT, o sr. renuncia à Presidência?
FOLHA - Presidente, embora o raciocínio esteja correto, cria-se uma
situação institucional, nessa hipótese, terrível. O sr. terá sido eleito com
uma votação, as pesquisas indicam,
bastante importante, e ficará a discussão da impugnação a posteriori
da candidatura.
FOLHA - Se a PF concluir que foi na
sua campanha que houve esse crime eleitoral, o que o sr. vai fazer?
FOLHA - Como é que o sr. pode garantir que esse tiro de canhão não
inclua a origem do dinheiro?
PERGUNTA DO LEITOR -
Levando em consideração seu perfil democrático, como explica que
pessoas de sua proximidade, que o
acompanham de perto faz tanto
tempo, pudessem ter realizado atos
ilícitos que o contrariassem de tal
forma?
FOLHA - No episódio do mensalão,
o sr. foi à TV, pediu desculpas, se disse traído. Aí passa um ano e vem o
que o sr. chamou de aloprados, que
fazem atos abomináveis. Essas pessoas não entendem o que o sr. diz?
FOLHA - Presidente, o sr. ligou para
o Freud Godoy para perguntar o que
havia acontecido. O sr. ligou para o
Osvaldo Bargas, que é marido da
sua secretária particular?
FOLHA - Por que não?
FOLHA - Mas por que não telefonar? É o marido da sua secretária...
FOLHA - E com o senador Mercadante, o sr. conversou?
PERGUNTA DO LEITOR -
Candidato Lula, quem
já foi traído por alguém
sabe a dor, a indignação e principalmente a frustração
que se sente. Por que o sr. tratou os
ministros José Dirceu e Antonio Palocci tão docemente quando eles
saíram do governo, já que o sr. mesmo disse que foi por eles traído. O sr.
não disse isso, mas já que o sr. não
disse quem o traiu, ficou implícito
que eles estavam entre os traidores.
FOLHA - Essa indignação que o sr.
mostrou aqui, o sr. transmitiu na privacidade ao Palocci, ao Zé Dirceu?
FOLHA - Mas o sr. fala com o Zé Dirceu até hoje, não fala? E o Delúbio?
Acompanhe ao vivo na TV UOL a sabatina com Alckmin, que acontece hoje às 11h em São Paulo Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Eleições 2006/Sabatina Folha: Lula elogia Serra e Aécio e faz críticas a Alckmin Índice |
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