São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

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Redutos impulsionaram eleição de 30 dos 55 vereadores em SP

Aumentou o número de candidatos que concentraram votos em suas bases

CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

PAULA LAGO
DA REDAÇÃO

O voto dos redutos eleitorais foi fundamental na eleição de 30 dos 55 vereadores que integrarão a Câmara Municipal a partir de 2009. Em 2004, foram 27. A tendência confirma o sucesso de se defender interesses de uma só região ou fazer promessas para poucos bairros. De olho nesse eleitorado, o DEM pediu aos vereadores que mobilizem suas bases em favor de Gilberto Kassab.
O vereador Adilson Amadeu (PTB) pôs seu comitê e voluntários à disposição para a panfletagem. O mesmo fez Antonio Carlos Rodrigues (PR). É possível identificar 47 redutos, a partir da soma dos votos das zonas eleitorais em que um vereador ficou entre os cinco mais bem votados. As alianças no segundo turno podem dar a Kassab 8 dos 10 maiores redutos.
Marta domina a zona sul, onde Goulart (PMDB) e Milton Leite (DEM) rivalizam com os petistas Arselino Tatto e Alfredinho. Eleito com a segunda maior votação, Goulart é o "senhor" dos feudos eleitorais. De 90.054 votos, 77% vieram dos redutos. "No Grajaú e na Capela, tive quase a mesma votação que o Kassab, por causa da operação casada", diz.
O peemedebista também liderou as urnas no Grajaú (17.011), tradicional reduto de Tatto, que conseguiu ali 9.785 votos. O petista só manteve o domínio em Parelheiros (14.679), onde Goulart ficou em terceiro (9.203), atrás vem Leite, com 11.230 votos.
O democrata venceu em Piraporinha, com 25.273 votos. Esses três vereadores figuram entre as dez maiores votações alcançadas pelos candidatos num único bairro. Os outros são Senival (PT), com 20.279 votos em Guaianases, Domingos Dissei (DEM) com 16.998 votos no Ipiranga, Mutran com 15.286 votos na Vila Maria, Claudinho de Souza (PSDB) com 12.954 votos em Brasilândia, Kamia (DEM) com 12.140 votos no Tucuruvi e Gilson Barreto (PSDB) com 11.615 votos em São Mateus.
Para o cientista político Fernando Abrúcio, da Fundação Getulio Vargas, "o problema não é a regionalização, mas saber como ela interfere na elaboração das políticas públicas".
Coordenadora do Movimento Voto Consciente, Sonia Barboza diz que a regionalização ocorre na ausência do Estado. "Ninguém pede viaduto. Pessoas querem luz, esgoto, escola. Aí o vereador arruma vaga na creche, leito no hospital e assim vai conseguindo votos."

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