São Paulo, Sexta-feira, 19 de Novembro de 1999
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OUTRO LADO

Banco OK tinha procuração da Ikal

da Sucursal de Brasília

A assessoria do senador Luiz Estevão e o Ministério dos Transportes apresentaram a mesma argumentação para explicar qual a razão do Banco OK de Investimentos receber R$ 1,494 milhão do DNER em nome da construtora Ikal.
Segundo eles, o banco possuía uma procuração da construtora que o autorizava a receber créditos da empresa com o governo federal. Isso porque a Ikal teria uma dívida com o Banco OK empréstimos tomados anteriormente.
"O referido banco, como é praxe no sistema financeiro, dispunha de competente procuração, outorgada por instrumento público, para receber créditos até o valor de R$ 1,597 milhão", diz a nota do Ministério dos Transportes.
O ministério também justificou o pagamento para as obras na BR-101 neste ano, apesar de o contrato com a Ikal estar suspenso desde dezembro passado.
Segundo a nota, "tais créditos referiam-se aos exercícios anteriores a 1999, uma vez que o contrato entre aquela construtora e o DNER expirou em dezembro de 1998". Ainda segundo o ministério, a Ikal já recebeu pela obra mais R$ 793 mil.
A assessoria do senador Luiz Estevão não quis comentar o fato de o banco receber recursos públicos apesar de estar inadimplente com a União (por causa da disputa com o BC).
"O Banco OK não tem que explicar por que o DNER está pagando créditos para uma empresa inadimplente", disse o assessor de imprensa do senador, Silvio Guedes. Ele também não comentou a disputa com o BC. "É uma questão que está sendo decidida pela Justiça", afirmou.
A Folha procurou o empresário Fábio Monteiro de Barros Filho para que ele comentasse os pagamentos recebidos pelo Banco OK em nome da Ikal, mas não obteve resposta.
Segundo a assessoria do ministro Padilha, as explicações sobre essas operações serão formalmente encaminhadas ao deputado Agnelo Queiroz (PC doB-DF) até hoje.


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