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BRASIL PROFUNDO
Cortado crédito para acusados de usar escravos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo divulgou ontem o
nome de 52 pessoas físicas e jurídicas condenadas por empregar
mão-de-obra análoga à escravidão. Com isso, elas não poderão
mais receber financiamentos e incentivos fiscais da União.
O deputado federal Inocêncio
Oliveira (PFL-PE) figura na lista,
divulgada ontem pelos ministros
Nilmário Miranda (Direitos Humanos), Ciro Gomes (Integração
Nacional) e Jaques Wagner (Trabalho). O deputado foi condenado no último dia 7 em primeira
instância por manter trabalhadores em regime de escravidão em
fazenda no Maranhão.
Procurado ontem, Inocêncio
não comentou o caso até a conclusão desta edição. Na ocasião da
condenação, ele disse, por meio
de sua assessoria, que a sentença
não reflete a realidade e que a fazenda estava sob a administração
de outras pessoas.
"Todos os operadores dos fundos [federais] vão receber esta lista, acompanhada da portaria determinando o corte de qualquer
benefício a esses empreendimentos", disse Ciro.
A lista será atualizada semestralmente, disse Wagner: "[A decisão] tem que ser ampliada para
Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES".
Das 52 pessoas físicas e jurídicas
condenadas por manter trabalhadores em regime análogo à escravidão, 37 estão no Pará, oito no
Maranhão, seis em Mato Grosso e
uma em Alagoas. De 1995 a 2002,
foram libertadas 4.354 pessoas
dessas fazendas. Duas empresas
incluídas na lista negam as acusações: a destilaria Gameleira, de
Confresa (MT), e a fazenda Senor,
de Dom Eliseu (PA).
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