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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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BRASIL PROFUNDO

Cortado crédito para acusados de usar escravos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo divulgou ontem o nome de 52 pessoas físicas e jurídicas condenadas por empregar mão-de-obra análoga à escravidão. Com isso, elas não poderão mais receber financiamentos e incentivos fiscais da União.
O deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL-PE) figura na lista, divulgada ontem pelos ministros Nilmário Miranda (Direitos Humanos), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Jaques Wagner (Trabalho). O deputado foi condenado no último dia 7 em primeira instância por manter trabalhadores em regime de escravidão em fazenda no Maranhão.
Procurado ontem, Inocêncio não comentou o caso até a conclusão desta edição. Na ocasião da condenação, ele disse, por meio de sua assessoria, que a sentença não reflete a realidade e que a fazenda estava sob a administração de outras pessoas.
"Todos os operadores dos fundos [federais] vão receber esta lista, acompanhada da portaria determinando o corte de qualquer benefício a esses empreendimentos", disse Ciro.
A lista será atualizada semestralmente, disse Wagner: "[A decisão] tem que ser ampliada para Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES".
Das 52 pessoas físicas e jurídicas condenadas por manter trabalhadores em regime análogo à escravidão, 37 estão no Pará, oito no Maranhão, seis em Mato Grosso e uma em Alagoas. De 1995 a 2002, foram libertadas 4.354 pessoas dessas fazendas. Duas empresas incluídas na lista negam as acusações: a destilaria Gameleira, de Confresa (MT), e a fazenda Senor, de Dom Eliseu (PA).


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