|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO CC5
Pires Neto teria feito empréstimos por meio da agência das Ilhas Cayman que nunca foram pagos
PF prende ex-diretor do Banestado em Curitiba
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O ex-diretor de câmbio e operações internacionais do Banestado
(Banco do Estado do Paraná, privatizado em 2000) Gabriel Nunes
Pires Neto foi preso preventivamente ontem por crime contra o
sistema financeiro nacional, corrupção ativa e passiva.
Além de Pires Neto, o juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara
Federal Criminal de Curitiba, decretou, pelos mesmos crimes, a
prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef, que já está preso
desde o dia 2 de novembro por lavagem de dinheiro.
Pires Neto foi preso ontem às
14h, em Curitiba, por agentes da
Polícia Federal. Ele é acusado de
fazer empréstimos fraudulentos a
seis empresários em agosto de
1998, por meio da agência do Banestado das Ilhas Cayman. Os
empréstimos somaram US$ 3,5
milhões e nunca foram pagos.
A força-tarefa que investiga remessas pelo Banestado através de
contas CC5 (de não-residentes)
descobriu as transações irregulares após checagem da movimentação de dinheiro das chamadas
contas bondes (contas com mais
de um correntista) administradas
pelo doleiro Alberto Youssef.
Nas investigações, os procuradores da República Carlos Fernando dos Santos Lima, Vladimir
Barros Aras, Luciana da Costa
Pinto e Suzete Bragagnolo apontaram que o ex-diretor do Banestado -no período de 3 de novembro de 1997 a 19 de janeiro de
1999- recebeu um depósito da
subconta Ibiza, da Beacon Hill
Service (administrada por Youssef) no valor de US$ 500 mil.
O depósito feito na conta de Pires Neto, em agência do Citibank
em Nova York, em 19 de outubro
de 1998, seria um "pagamento"
pelos empréstimos fraudulentos.
Fraude
Os empréstimos feitos por Pires
Neto aconteceram após o acordo
firmado em 30 de julho de 1998
entre o governo do Paraná e a
União para privatizar o Banestado. O banco se comprometia a liquidar sua agência nas Ilhas Cayman em 5 de janeiro de 1999.
Em agosto, o então diretor fez
empréstimos de US$ 1 milhão para a empresa Tucumann Engenharia e Empreendimentos, de
US$ 1 milhão para a Redran Construtora de Obras e de US$ 1,5 milhão para a Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos.
Esses empréstimos tinham data
de vencimento posteriores à liquidação da agência nas Ilhas Cayman e nunca foram pagos, sendo
transformados em prejuízo quando do saneamento do banco.
Texto Anterior: Propinoduto: Falta de acordo impede volta de verba desviada Próximo Texto: Outro lado: Acusado diz que não tem conta em Nova York Índice
|