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Indicada por Aécio é acusada de fraude
Futura conselheira do Tribunal de Contas, mulher do vice-governador Clésio Andrade diz ser alvo de adversários políticos
Adriene Andrade é ré em processos e suspeita de favorecer contratação de empreiteira quando era prefeita de Três Pontas (MG)
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Indicada pelo governador
Aécio Neves (PSDB-MG) para
o cargo de conselheira do Tribunal de Contas de Minas Gerais, Adriene Andrade, mulher
do vice-governador Clésio Andrade (PL), é ré em processos
sob a acusação de fraudar licitações e responde a várias ações
cíveis e inquéritos policiais por
supostas irregularidades administrativas quando foi prefeita
de Três Pontas (2001/2004).
Adriene teve seu nome aprovado pela Assembléia com 37
votos a favor e 11 contra. Ela
disse na sabatina que "os processos eram de autoria de organização não-governamental de
Três Pontas, pertencente a adversários políticos, e que nenhum deles tinha sido julgado".
O preenchimento desse cargo vitalício exige os requisitos
de idoneidade moral e reputação ilibada, cuja avaliação, segundo o entendimento dos tribunais superiores, leva em conta processos em andamento,
investigações criminais e antecedentes judiciais, e não apenas
quando não cabem mais recursos a eventual condenação.
Em janeiro, o Ministério Público pediu a condenação de
Adriene por improbidade administrativa (prevê perda de
cargo em função pública, suspensão dos direitos políticos e
multa), por favorecer uma empreiteira (a ex-prefeita foi indiciada em inquérito policial).
Ela foi acusada de direcionar
uma licitação e forjar a contratação da Construtora Ápia, por
R$ 25,7 milhões, quando a receita anual da cidade era estimada em R$ 27,3 milhões. Seria uma forma de alijar concorrentes. O preço oferecido pela
"vencedora" foi R$ 11,6 milhões
superior ao da segunda firma.
A Ápia executou obras de
apenas R$ 227,4 mil. Sem fazer
nova concorrência, a prefeitura
a contratou por R$ 3,6 milhões
para construir a Fábrica de
Brinquedos Estrela na cidade.
A prefeitura não exigiu da
Ápia a prestação de garantia,
não publicou o contrato e ignorou parecer da consultoria jurídica da Câmara Municipal que
alertara sobre a ilegalidade.
A Ápia construiu o Centro de
Lazer do Sest/Senat em Varginha, entidades ligadas à CNT,
presidida por Clésio Andrade.
Adriene e Clésio são alvo de inquérito para apurar suposta infração aos princípios da moralidade e da impessoalidade na
gestão pública. O site da prefeitura veiculava propaganda sobre as "realizações" de Adriene,
entre as quais a "aquisição de
moderno caminhão para coleta
de lixo, decisiva ajuda do vice-governador Clésio Andrade".
Adriene é ré em ação penal,
acusada de burlar a Lei de Licitações e de antecipar o pagamento a fornecedores de serviços no patrocínio do Carnaval
de 2001, gastando irregularmente R$ 84,6 mil. A prefeitura
teria fracionado os valores dos
contratos, para não passar do
limite a partir do qual a licitação é exigida. A indicação de
Adriene está sendo questionada no STF pelo Sindicato dos
Trabalhadores do Tribunal de
Contas do Estado. O órgão diz
que a vaga não deveria ser ocupada por indicação de Aécio.
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