São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Outro rei e o "colapso"

Na Agência Bolivariana, "Hugo Chávez recomenda preparar ações anti-sísmicas para queda do dólar".
Na manchete do "Financial Times", "Opep se une por preços altos" em "histórica" reunião que opôs Chávez ao rei saudita, Abdullah. Eles e os respectivos aliados na Opep se confrontaram sobre como agir diante do dólar em queda, "preocupação que ofuscou" a reunião e vazou cenas "bizarras" -com o chanceler saudita se dizendo contra citar o dólar na declaração final, o que "ajudaria no colapso" da moeda dos EUA. O "FT" notou que as reservas sauditas são em dólar.
O "Wall Street Journal" foi pelo mesmo caminho, sublinhando o conflito, as cenas vazadas, o "colapso".

MAIS DÓLAR
Não são apenas Chávez e a Opep que temem pelo dólar, em público. Em incontáveis despachos desde a África do Sul, na reunião dos ministros de finanças dos 20 maiores economias, debates "francos" -com o secretário dos EUA prometendo a valorização.
Mas também por lá o dólar acabou de fora da conclusão geral, nos enunciados das agências. Nada de "colapso".

SAINDO DOS EUA
O "New York Times" tratou do referendo na Venezuela, ressaltando que o país "parece que vai iniciar extraordinária experiência em socialismo". Mas, diz o texto, "centralizada e abastecida por petróleo".
Já o "WSJ" destacou que a refinaria venezuelana nos EUA, 10% da gasolina do país, decidiu desviar recursos para investir no país de origem e "financiar planos de Chávez".

LULA, CRISTINA E O DÓLAR
O dólar entrou nas agendas todas e será também tema de Lula e da argentina Cristina Kirchner, hoje na reunião. Segundo destacaram o "Clarín" e agências, a idéia seria "avançar na eliminação do dólar do comércio bilateral". Mas o foco em Brasília, segundo argentinos e as agências, será energia, com o campo Tupi mencionado de todo lado -e com reunião já agendada com a diretoria da Petrobras.

Claudio Munoz/economist.com
TUPI CONTINUA
A "Economist" fechou a semana com os enunciados "Tudo isso e ainda petróleo" e "Deus pode mesmo ser brasileiro, afinal", para uma longa reportagem -e ilustração de Lula como "redentor" (dir.).
Mas registrando que a produção demora e, até 2010, a energia poderia ser uma "dor-de-cabeça eleitoral" e não uma "bênção" para Lula e "Ms. Dilma Rousseff".
De todo modo, sites de investimento tipo Daily Wealth já indicam empresas especializadas em águas profundas. E até na cobertura da Opep entrou o Brasil, em textos desde Riad, por conta da pretensão de entrar no cartel.

ETANOL SINO-AMERICANO
Enquanto se amontoam as más notícias do petróleo e agora do dólar, o chinês "Diário do Povo" e o site do "WSJ", entre outros, noticiaram que a China e os EUA "podem anunciar pacto para promover biocombustíveis" no próximo dia 12. Está em "rascunho", mas já "maduro".
A China é o terceiro maior produtor mundial de etanol, atrás de EUA e Brasil, que já fechou acordo. Segundo um enviado americano a Pequim, a cooperação com a China em biocombustíveis é "natural". Com a Índia, também.

A BOLHA
"Economic Times", "South China Morning Post" e outros noticiam a saída de recursos dos Brics, China sobretudo.
E análises de mercado de MarketWatch e Gannet falam em "bolha" chinesa e sugerem a retirada dos emergentes.

E AS APOSTAS
Já a "Time" saúda a "nova e peculiar força" da América Latina. A Fitch sustenta, via Dow Jones, que o Brasil terá sua nota de investimento. E a "Economist" diz que a queda global afetará pouco a Rússia -e o Brasil auto-suficiente.


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@ - Nelson de Sá


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