São Paulo, quarta, 19 de novembro de 1997.




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JUSTIÇA
Ação popular pede ressarcimento dos gastos com a empresa
Estado perdeu R$ 120 milhões com Baneser, segundo perícia

da Reportagem Local

Perícia feita por determinação da Justiça indica que o Banespa teve prejuízo de R$ 120 milhões com o pagamento de salários de 1.390 funcionários contratados sem concurso por meio do Baneser (Banespa Serviços Técnicos S/A).
A quantia, em valores atualizados, equivale aos gastos do período entre 1992 e início de 1995, quando o então recém-eleito governador Mário Covas (PSDB-SP) extinguiu a empresa e demitiu os servidores não concursados.
O Baneser, empresa subsidiária do Banespa, foi criado em 1973 com o objetivo de fornecer pessoal para o banco paulista. Mas, durante as gestões dos ex-governadores Orestes Quércia (1987-1990) e Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994), foi utilizado pelo Estado para a contratação de pessoal.
A empresa ainda ganhou fama por manter funcionários com altos salários. Isso ocorria porque, como empresa de economia mista, o Baneser podia pagar remunerações acima dos tetos oficiais.
Os servidores eram contratados pelo Baneser e lotados em outros órgãos da administração.
Até o início de 1995, o Estado contava com cerca de 13 mil funcionários contratados via Baneser.
Os 1.390 servidores citados na perícia, feita por técnicos do Banespa, ocupavam cargos que iam de técnicos a varredores de rua.
Quércia e Fleury, acusados de terem autorizado as contratações, sempre negaram irregularidades.
A perícia foi feita em função de uma ação popular contra todos os presidentes e diretores do banco. Movida por sindicalistas, a ação pede que o Estado seja ressarcido dos prejuízos.
(/asp(PATRICIA ZORZAN)



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