da Reportagem Local

Os vereadores petistas José Eduardo Cardozo e Carlos Neder iniciaram ontem uma ofensiva para tentar tirar o delegado Arlindo Orsomarzo do comando do inquérito do Frangogate. O inquérito está suspenso por decisão do Tribunal de Justiça desde sexta-feira, mas o Ministério Público tenta cassar a suspensão.
Ontem, Cardozo enviou representação ao Ministério Público propondo a abertura de um inquérito civil para apurar suposto ato de improbidade administrativa do delegado. Segundo ele, Orsomarzo não poderia ter dado entrevistas à imprensa adiantando suas conclusões sobre o caso. "O inquérito está apenas suspenso e o delegado não poderia se pronunciar."
O vereador ainda oficiou à Secretaria Estadual da Segurança Pública para que seja apurada suposta infração funcional do delegado, que seria proibido de dar entrevistas por uma portaria da polícia.
"Se alguma irregularidade for comprovada, o delegado será afastado do cargo", disse.
O vereador Neder enviou ofícios ao delegado-geral de polícia, Luiz Paulo Braga Braun, ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, e ao secretário estadual da Casa Civil, Walter Feldman, criticando o delegado.
O vereador disse ter solicitado, em outubro, cópias dos depoimentos colhidos no inquérito. "O delegado se recusou a enviar as cópias e depois deu uma entrevista em que revelou o conteúdo", diz.
Ontem, o delegado Orsomarzo, que trabalha no Decon (Departamento de Polícia do Consumidor), afirmou que não iria comentar as críticas dos vereadores. "Nada a declarar", disse.
A entrevista à qual os vereadores se referem foi concedida por Orsomarzo na segunda-feira. Nela, o delegado afirmou que não havia "nada" contra o ex-prefeito Paulo Maluf no inquérito do Frangogate.
O inquérito investigava a suposta venda de frangos superfaturados por parte de empresas de parentes de Maluf para a prefeitura paulistana. (LUIS HENRIQUE AMARAL)




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