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UM ANO DEPOIS
Representantes do setor acreditam que este ano foi de ajustes; área social e política industrial foram criticadas
Federação dos bancos vê ano "muito positivo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Representantes do empresariado presentes à cerimônia de prestação de contas do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva concordaram, em linhas gerais, com a tese central: este foi um ano de ajustes; de 2004, espera-se mais.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos),
Gabriel Jorge Ferreira, disse que
2003 "foi um ano muito positivo",
em "que nós vimos uma política
econômica conduzida com bastante realismo, bastante seriedade". Ele espera, porém, que em
2004 o governo avance mais em
aspectos importantes para baratear o crédito, como reduzir mais
a alíquota do compulsório (dinheiro retido pelos bancos obrigatoriamente no Banco Central).
Para o empresário Abílio Diniz,
da Companhia Brasileira de Alimentação (supermercados Pão de
Açúcar e Extra), 2003 foi o ano
"de construção das bases", sem as
quais não seria possível fazer o
que é preciso em 2004. "Temos
um saldo altamente positivo."
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, disse que, "no
atacado, o governo Lula acertou".
"Acho que o governo fez as opções corretas do ponto de vista
macroeconômico." Ele apontou,
contudo, que 2003 foi um ano difícil e que o crescimento econômico deve ser perto de zero. Avaliou
que, em alguns setores, o governo
não teve desempenho "satisfatório", como na área social, que careceu de coordenação, segundo
ele. Reclamou também da política
industrial, que "atrasou".
Para o presidente da Febraban,
o Brasil conseguiu recuperar a
credibilidade porque tudo com o
que Lula acenou na campanha,
como respeito a contratos e compromisso com estabilidade macroeconômica, foi feito. Disse
também que o BC agiu com absoluta autonomia, "o que foi fundamental para transmitir confiança
aos mercados e aos investidores".
De acordo com a consultoria
Austin Asis, o lucro nominal dos
bancos no primeiro semestre deste ano somou R$ 4,29 bilhões. O
resultado foi superior ao do mesmo período de 2002, de R$ 4 bilhões, até então recorde no país.
Ferreira citou como avanços
econômicos a redução da taxa básica de juros, apesar das elevações
nos primeiros meses de 2003,
controle da inflação, manutenção
da austeridade fiscal, desenvolvimento de mecanismos de crédito,
entre outros. Defendeu a eliminação ou redução da CPMF no futuro -o governo acaba de prorrogá-la por mais quatro anos.
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