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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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UM ANO DEPOIS

Representantes do setor acreditam que este ano foi de ajustes; área social e política industrial foram criticadas

Federação dos bancos vê ano "muito positivo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes do empresariado presentes à cerimônia de prestação de contas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordaram, em linhas gerais, com a tese central: este foi um ano de ajustes; de 2004, espera-se mais.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, disse que 2003 "foi um ano muito positivo", em "que nós vimos uma política econômica conduzida com bastante realismo, bastante seriedade". Ele espera, porém, que em 2004 o governo avance mais em aspectos importantes para baratear o crédito, como reduzir mais a alíquota do compulsório (dinheiro retido pelos bancos obrigatoriamente no Banco Central).
Para o empresário Abílio Diniz, da Companhia Brasileira de Alimentação (supermercados Pão de Açúcar e Extra), 2003 foi o ano "de construção das bases", sem as quais não seria possível fazer o que é preciso em 2004. "Temos um saldo altamente positivo."
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, disse que, "no atacado, o governo Lula acertou". "Acho que o governo fez as opções corretas do ponto de vista macroeconômico." Ele apontou, contudo, que 2003 foi um ano difícil e que o crescimento econômico deve ser perto de zero. Avaliou que, em alguns setores, o governo não teve desempenho "satisfatório", como na área social, que careceu de coordenação, segundo ele. Reclamou também da política industrial, que "atrasou".
Para o presidente da Febraban, o Brasil conseguiu recuperar a credibilidade porque tudo com o que Lula acenou na campanha, como respeito a contratos e compromisso com estabilidade macroeconômica, foi feito. Disse também que o BC agiu com absoluta autonomia, "o que foi fundamental para transmitir confiança aos mercados e aos investidores".
De acordo com a consultoria Austin Asis, o lucro nominal dos bancos no primeiro semestre deste ano somou R$ 4,29 bilhões. O resultado foi superior ao do mesmo período de 2002, de R$ 4 bilhões, até então recorde no país.
Ferreira citou como avanços econômicos a redução da taxa básica de juros, apesar das elevações nos primeiros meses de 2003, controle da inflação, manutenção da austeridade fiscal, desenvolvimento de mecanismos de crédito, entre outros. Defendeu a eliminação ou redução da CPMF no futuro -o governo acaba de prorrogá-la por mais quatro anos.


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