São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006

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Mulher esfaqueia ACM Neto e se diz revoltada com reajuste

Deputado é atacado em Salvador e leva três pontos; ele teria alta ontem mesmo

Pensionista, que foi presa em flagrante, critica o aumento salarial de 91% para os parlamentares e diz que pefelista não a ajudou

Almiro Lopes/"Correio da Bahia"
A pensionista Rita de Cássia Sampaio de Souza, que esfaqueou ontem à tarde, em Salvador, o deputado ACM Neto


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Dizendo-se revoltada com o aumento salarial dos deputados, a pensionista Rita de Cássia Sampaio de Souza, 45, utilizou uma peixeira de 40 centímetros para esfaquear o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL), na tarde de ontem, em Salvador.
ACM Neto foi atingido nas costas, quando já estava sentado em seu carro. Socorrido por assessores, o deputado foi internado no Hospital da Bahia. De acordo com médicos, o deputado levou três pontos, mas não teve nenhum órgão vital atingido. Ele receberia alta na noite de ontem.
Presa em flagrante, Rita de Cássia disse que há um ano esteve no escritório de ACM Neto pedindo ajuda para a liberação de parte do seu FGTS que estaria retido em uma empresa prestadora de serviços para a Prefeitura de Ipiaú (353 km de Salvador). "O deputado não fez nada para liberar o meu dinheiro, mas apóia o aumento para os parlamentares, esta vergonha em um país de tantas vergonhas", disse a pensionista, antes de ser levada para o Presídio Feminino de Salvador.
O delegado Wilson Gomes, que autuou a acusada por tentativa de homicídio, disse que Rita de Cássia apresentou "desequilíbrio emocional" em seu depoimento. "Mas quando ela falou sobre o aumento dos deputados apresentou muita convicção e segurança."
Na semana passada, a Câmara aprovou um reajuste de 91% para os parlamentares. Eles vão receber R$ 24.500 por mês.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), avô do deputado, foi informado do ocorrido por volta das 15h. "Tomei um susto danado", disse. De acordo com ACM, a mulher apresentava "desequilíbrio mental visível". O senador afastou a possibilidade de motivação política. "Os loucos são inimputáveis porque não sabem o que estão fazendo."
Por volta das 10h de ontem, Rita de Cássia chegou à rua onde fica o escritório do parlamentar. Ao deixar o prédio, às 12h40, ACM Neto caminhou cerca de 50 metros até entrar no carro. Em seguida, começou a conversar com o assessor Mário Pontes e com outros políticos. Nesse momento, Rita de Cássia, que estava a menos de 20 metros do carro, correu na direção do deputado e o atingiu. "Ela chegou por trás de mim e golpeou o deputado. Depois, armou um novo golpe, mas consegui imobilizá-la", disse o assessor.


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