|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PSDB lança ofensiva para convencer Aécio a ser vice
Resultados de 2002 e 2006 mostram dependência do governador mineiro na campanha
Tucanos querem reeditar política do café com leite para contrapor provável domínio da candidatura petista no Norte e Nordeste
Alex de Jesus/"O Tempo"
![](../images/n1912200901.jpg) |
|
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, durante evento com executivos em Itajuba (MG)
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Um dia após o governador de
Minas Gerais, Aécio Neves
(PSDB), desistir da sua pré-candidatura à Presidência, os
tucanos já lançaram uma ofensiva para tentar convencê-lo a
aceitar a vaga de vice na chapa
encabeçada pelo governador
José Serra (SP) ou, na pior das
hipóteses, a se engajar numa
eventual candidatura Serra.
Até agora, Aécio dá indicações de que deve se candidatar
ao Senado. Mas os resultados
das duas últimas eleições presidenciais indicam que seu engajamento será fundamental em
uma eventual campanha presidencial de Serra. Os números
farão parte da estratégia de
convencimento a Aécio.
Em 2002, Serra era o candidato do PSDB ao Planalto. No
primeiro turno, ele teve em Minas cerca de 3 milhões de votos
a menos do que Aécio em sua
campanha vitoriosa ao governo
do Estado.
Naquela campanha, Aécio
deu um apoio desapaixonado a
Serra -exatamente o temor
atual dos serristas.
Aproximadamente a mesma
diferença ocorreu em 2006,
quando o candidato tucano era
Geraldo Alckmin. Também
com um engajamento tímido
de Aécio, o paulista teve 3,3 milhões de votos a menos que o
colega de partido.
A estratégia é uma espécie de
política do café com leite, como
ficou conhecido o predomínio
de São Paulo e Minas na política do início do século passado.
O partido sonha em abrir boa
vantagem de votos nos dois Estados para minimizar a provável força que a candidatura da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) deverá exibir no Norte e
no Nordeste.
"Nossos governadores são
bem avaliados. A firme união
de Minas e São Paulo pode nos
proporcionar 21 milhões de votos nesses dois Estados", diz o
líder do PSDB na Câmara federal, José Anibal.
Para o líder do governo Serra
na Assembleia paulista, Vaz de
Lima (PSDB), o "governador
Aécio é uma liderança politica e
administrativa capaz de exercer qualquer cargo e será peça
fundamental para que o PSDB
reconquiste a Presidência".
Eleitorado
Secretário estadual de Serra
e aliado antigo de Aécio, Geraldo Alckmin afirmou ter visto o
gesto do governador de Minas
"como mais uma manifestação
em prol da unidade do PSDB".
Os tucanos lembram que Lula conseguiu ampla vantagem
em Estados com menos eleitores. Só no Amazonas, por
exemplo, ele teve 899 mil votos
a mais que Alckmin em 2006.
Juntos, São Paulo e Minas
têm 33% do eleitorado brasileiro. Os cálculos esbarram em
um teto histórico. A maior votação em Minas de um tucano
foi obtida por Fernando Henrique Cardoso em 1994: 4,5 milhões de votos.
Mas, apesar de ter sido derrotado pelo presidente Lula em
Minas tanto na eleição de 2002
quanto na de 2006, o PSDB ganhou 2 milhões de votos no Estado entre os dois pleitos.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Chapa pura é "extremamente difícil", diz Guerra Índice
|