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SISTEMA FINANCEIRO
Apesar do retorno baixo, governo defende o programa
Proer só recupera 5,71% do dinheiro que emprestou
da Sucursal de Brasília
Do total de R$ 21 bilhões que o
Proer (programa de socorro aos
bancos privados em dificuldades)
liberou desde que foi criado, em
novembro de 1995, apenas R$ 1,2
bilhão foi recuperado, em dinhei
ro, pelo governo federal.
Essa parcela, que representa
5,71% do total emprestado aos
bancos, corresponde basicamente
aos recursos recebidos pelo Banco
Central com a venda das ações do
Banco Nacional, adquirido pelo
Unibanco.
O Proer também já se apropriou
de R$ 13,2 bilhões (em títulos da
dívida federal, na maior parte dos
casos) entregues como garantia
dos empréstimos. Isso significa
abatimento da dívida da União.
Como o Proer aceita títulos "po
dres" -de pouca aceitação no
mercado e negociados com des
conto sobre seu valor nominal-
em garantia dos empréstimos, é
natural que os pagamentos em di
nheiro sejam minoria.
O Proer ainda tem a receber R$
9,7 bilhões. Esse valor correspon
de a R$ 6,6 bilhões restantes em
prestados e ainda não pagos mais
R$ 3,1 bilhões de juros.
Descontando-se os juros, o total
emprestado pelo Proer soma R$ 21
bilhões.
O secretário de Política Econô
mica do Ministério da Fazenda,
José Roberto Mendonça de Bar
ros, afirmou ontem que a crise
asiática confirmou que o Proer foi
"decisivo" na redução dos riscos
do sistema financeiro nacional.
Segundo Mendonça de Barros,
este ano o principal instrumento
do programa de reestruturação do
setor financeiro em curso será o
Proes (programa de socorro aos
bancos estaduais).
Os acordos de renegociação das
dívidas estaduais que serão fecha
dos este ano implicarão a privati
zação e reestruturação dos bancos,
ou sua transformação em agências
de desenvolvimento.
Mendonça de Barros afirmou
que, para viabilizar esses proces
sos, o Proes liberará recursos
"consideráveis".
O secretário afirmou que, com a
melhora do perfil dos créditos pú
blicos, aliada à estabilização, o go
verno está esperando que o siste
ma bancário aumente o seu volu
me de financiamentos.
Com isso, a expectativa é que os
custos dos empréstimos caiam. As
linhas que devem ser mais facilita
das, segundo o secretário, são as
imobiliárias e ao consumidor.
Desde a implantação do Plano
Real em 94, o total de instituições
financeiras operantes no país pas
sou de 271 para 248. Essa redução
tem sido acompanhada de uma
queda da participação dos setor fi
nanceiro no PIB (Produto Interno
Bruto, a soma das riquezas produ
zidas no país).
Em 1994, essa participação cor
respondia a 12,37% do PIB. Em
1995, a participação baixou para
6,94% do PIB. Este ano, segundo
Mendonça de Barros, a participa
ção deverá ficar entre 3% e 5%.
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