São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2002

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PAINEL


Tudo se copia
A direção do PSDB orientou as seções estaduais do partido a dedicar pelo menos a metade dos seus programas de TV e rádio, em março, para a campanha de José Serra. O partido acha que conseguirá repetir o êxito da estratégia lançada pelo PFL para alavancar Roseana.

Compasso de espera
O programa de TV do partido é uma das apostas do PSDB para Serra dar um salto nas pesquisas. Mas nada ainda foi planejado. Os tucanos aguardam a definição sobre a possível contratação do marqueteiro Nizan Guanaes, hoje com Roseana.

Sem punição
Apesar de ter sido desautorizado por FHC em razão dos ataques a Roseana, Luiz Paulo Vellozo Lucas, prefeito de Vitória, deverá ser mesmo o coordenador da campanha de José Serra.

Holofote disputado
Tucanos interpretam a opção de José Serra por Vellozo como uma estratégia para bloquear outros políticos de São Paulo, do Rio e de Minas Gerais que iniciaram um lobby para ocupar a coordenação da campanha.

Tempo ao tempo
O PMDB não tem pressa para definir-se entre Serra e Roseana. Enquanto espera as pesquisas, organizará as candidaturas ao Congresso para tentar eleger uma grande bancada. "Com cem deputados, teremos voz em qualquer governo, inclusive do PT", diz um peemedebista.

Apoio literal
Moreira Franco, ex-assessor especial de FHC, foi questionado por dirigentes do PMDB gaúcho se defende a candidatura própria do partido. "Lógico, nunca vou votar em candidato impróprio", ironizou Moreira, que defende o apoio a Serra.

De cima para baixo
Paulo Renato (Educação) diz que não disputará uma eventual convenção do PSDB para garantir sua candidatura ao Senado por SP. Como sabe que não tem apoio da base do partido, só será candidato se for por consenso.

Volta ao passado
Outra possibilidade admitida por Paulo Renato é ser vice de Geraldo Alckmin. "Em último caso, não disputo a eleição. Fiquei 40 anos sem mandato e sempre obtive sucesso", diz.

Pé-de-meia
Roseana Sarney tem emprego garantido em 2002 ainda que seja derrotada na eleição: é funcionária licenciada do Senado desde 88. Quando pedir aposentadoria pela Casa, todo o tempo em que esteve fora será contado para o cálculo do benefício.

Dose dupla
Roseana entrou no Senado pelos braços do pai, José Sarney, de quem foi assessora de gabinete. Em 88, por força da nova Constituição, foi efetivada. A aposentadoria a que tem direito pelo Senado não impedirá uma futura aposentadoria como ex-governadora do Maranhão.

Romaria por votos
Suplicy (PT) já começou sua campanha para a prévia do PT, apesar do mau humor que o tema causa na cúpula do partido. Hoje estará em Juazeiro do Norte, terra do padre Cícero, onde participará de uma romaria e da missa dos romeiros.

Resistência interna
A esquerda petista preparou um manifesto com intelectuais do partido em defesa do vereador Carlos Gianazzi (SP), ameaçado de expulsão pelo partido por ter sido contrário à redução nos gastos da prefeitura paulistana com a educação. O "julgamento" deverá ser em fevereiro.

Time de peso
Assinam o manifesto do PT, que será divulgado nesta semana, os professores Antônio Candido, Marilena Chauí, Roberto Romano, Fábio Comparato, Maria Victoria Benevides e Paulo Arantes, entre outros.


TIROTEIO
Do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), ironizando o histórico eleitoral do ministro José Serra (Saúde) e comentando o slogan do tucano "Nada contra a estabilidade, tudo contra a desigualdade":
- O slogan é difícil de ser lembrado [pelo eleitor comum], tem palavras demais. O Serra está mostrando que é tão bom de marketing quanto de urna.


CONTRAPONTO
Sonho curto

O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), e o prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, pegaram um táxi no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em dezembro último. Logo no início da corrida, o taxista elogiou o sindicalista do ABC Luiz Marinho, que é filiado ao PT:
- Esse Marinho é mais arretado do que FHC. Foi para a Alemanha e evitou a demissão dos funcionários da Volks.
Os petistas se surpreenderam, pois os taxistas paulistanos têm fama de malufistas. Mas o motorista continuou elogiando:
- Lula devia ouvir mais esse Marinho. Com um cara assim no governo, ele se daria bem.
Mas, ao chegar ao Minhocão, no centro, o taxista discursou:
- É obra do Maluf. O povo fala mal, mas o Maluf faz.
Pinheiro, decepcionado, comentou com Palocci:
- Estava bom demais para ser verdade!


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