São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Jogos de guerra

Com o clima quente na disputa da Câmara, a estréia do sistema de votação secreta por meio eletrônico será cercada por um esquema inédito de segurança. Tudo para evitar acusações de fraude.
Serão sete cabines eletrônicas de votação no dia 1º de fevereiro. A sala de controle do sistema será vigiada por câmeras 24 horas por dia, para assegurar que apenas técnicos tenham acesso. Os votos serão apagados após a totalização, para evitar o risco de identificação dos parlamentares. Arlindo Chinaglia (PT-SP) quer que aliados seus verifiquem o funcionamento do sistema, que está sendo implantado sob a presidência do adversário Aldo Rebelo (PC do B-SP). Deve pedir ainda a realização de uma votação simulada, na véspera.

Troco 1. Bruno Maranhão entrou na campanha de Chinaglia. Em entrevista à "Folha de Pernambuco", o líder do MLST partiu para o ataque a Aldo, que se opôs à invasão da Câmara pelo movimento, no ano passado.

Troco 2. Maranhão diz que o presidente da Câmara tem "alma de direita". "A gente percebe que ele não é ligeiro de raciocínio, é muito lento."

Ressaca. A exemplo do que aconteceu em 2005, a disputa pela presidência da Câmara deve atrapalhar a festa de aniversário do PT, em fevereiro. Pelo menos agora, líderes do PSB e do PC do B dizem que pretendem esnobar o convite para o evento, em Salvador.

Confete. Marqueteiro da reeleição de Lula, João Santana será uma das estrelas de um ciclo de palestras em Washington sobre campanhas vitoriosas do ano passado. O evento está sendo organizado por uma faculdade de política da capital americana.

Grampo. Autor de declarações polêmicas antes mesmo de tomar posse, o deputado eleito Clodovil Hernandez (PTC-SP) adotou o hábito de gravar as conversas telefônicas que trava com jornalistas.

Registrado. Edison Lobão (PFL-MA), citado por dez entre dez senadores como eleitor de Renan Calheiros (PMDB-AL) na disputa da presidência da Casa, enviou carta a José Agripino (PFL-RN) dizendo que votará nele.

Revanche 1. Após passar maus bocados em Caracas no Fórum Social Mundial de 2006 por conta da crise do mensalão, petistas foram a Nairóbi, no Quênia, levando na mala centenas de cópias da última resolução do Diretório Nacional, uma ode a Lula.

Revanche 2. O texto diz que a vitória de Lula foi "uma resposta aos setores conservadores e golpistas da oposição que prometeram acabar com a raça do PT". Em outro informe, os dirigentes avisam: "A derrota da direita na última eleição será tema de muitas falas petistas no Fórum".

Campo minado. O diplomata Bernardo Azevedo apresentou-se oficialmente ao governo do Iraque como embaixador do Brasil, no final do ano passado. É o primeiro em 15 anos. Mas, até a situação se estabilizar, ficará operando a partir da vizinha Jordânia.

Azedou. Prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PSDB) rompeu com Luiz Henrique (PMDB). Disse a aliados que o governador de Santa Catarina ignora suas demandas.

Mala pronta. Egresso do PFL, Berger já fala em deixar o PSDB, aliado dos peemedebistas no Estado. O prefeito recebe hoje o presidente do PSB, Roberto Amaral, para negociar eventual filiação.

Visita à Folha. Gustavo Fruet (PSDB-PR), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Silvio Torres (PSDB-SP), de José Aníbal (PSDB-SP) e de Arnaldo Jardim (PPS-SP), deputados federais eleitos, de Ricardo Mac Donald Ghisi, advogado, e de Luiz Cláudio Cunha, jornalista.

Tiroteio

"Lula não critica Chávez porque morre de vontade de editar sua versão da reeleição ilimitada. Só não investiu ainda no plano por falta de maioria sólida no Congresso".
Do senador DEMÓSTENES TORRES (PFL-GO) sobre a posição a neutralidade do governo brasileiro a respeito das mudanças que Hugo Chávez começa a impor na Venezuela.

Contraponto

Bilhete de ida

Conhecido pelo temperamento difícil, Arlindo Chinaglia (PT-SP) tem esbanjado bom-humor desde que passou a liderar a disputa pela presidência da Câmara.
Até adversários têm sido alvo de suas piadas.
Na última terça, Chinaglia caminhava pelos corredores da Câmara quando esbarrou com o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), que embarcou na canoa de Aldo Rebelo (PC do B-SP). Ao ver o deputado, que é filho do prefeito do Rio, César Maia, o petista disparou:
-Rodrigo, seu pai está te esperando no Rio, para você ajudar na organização do Pan! E fique por lá!
E saiu dando risada, deixando o pefelista para trás.


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