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Alencar tem alta em SP, mas pede mais orações
"Quero não só agradecer aos que oraram, mas pedir que continuem rezando", diz vice
Vice-presidente diz que país tem boas condições para superar a crise nos EUA, mas não descarta totalmente o risco de um apagão no Brasil
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-presidente da República, José Alencar, 76, deixou
ontem o hospital Sírio-Libanês,
em São Paulo, onde estava internado desde 12 de janeiro
com quadro infeccioso decorrente da quimioterapia a que
foi submetido no início do mês.
Ao deixar o hospital, Alencar
disse: "Agora eu quero não só
agradecer aos que oraram, porque está dando certo, mas pedir
que continuem rezando o Pai
Nosso". Ao lado da mulher, Mariza, e do neto Ricardo, Alencar
disse que deverá ser internado
novamente para nova sessão de
quimioterapia. Seu retorno ao
Sírio-Libanês estava previsto
para o dia 24, mas deverá ser
adiado para o dia 26 deste mês.
Alencar havia sido operado
pela terceira vez do tumor no
retroperitônio (cavidade abdominal) em 30 de outubro passado. Numa revisão da cirurgia,
em 20 de dezembro, foi detectado um "ponto minúsculo" na
mesma região, e os médicos decidiram fazer sessões de quimioterapia para combatê-lo. "É
[uma imagem] pequena, mas
tem de ser cuidada, por isso a
quimioterapia", disse Alencar.
O vice declarou que gostaria
de almoçar numa churrascaria,
mas sua mulher não permitiu.
O vice vai passar o fim de semana em São Paulo, em seu apartamento nos Jardins, e fará novos exames amanhã: "Vou ficando por aqui". Ele disse que
gostaria muito de participar da
reunião ministerial no dia 23,
mas não sabe se será possível.
Havia a expectativa de que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que está em seu apartamento em São Bernardo, fosse
visitar o vice, mas até as 19h ele
não tinha aparecido.
Ao sair do hospital, Alencar
ainda gravou uma mensagem
para ser transmitida no programa de seu partido, o PRB, na
TV. E aproveitou para criticar a
taxa de juros no Brasil: "A taxa
de juros ainda incomoda. Temos de pagar a taxa básica real
do mercado internacional. O
Brasil é um país de Primeiro
Mundo".
Crise
Ao deixar o hospital, Alencar
falou sobre a conjuntura econômica. Ele admitiu que "ninguém pode subestimar uma
crise advinda de uma crise norte-americana: a economia americana é muito forte e afeta
realmente as economias do
mundo inteiro". Por isso, disse
Alencar, "nós temos todos que
ficar atentos e acompanhar".
Apesar disso, Alencar disse que
o país tem condições excepcionais para superar as dificuldades: "Nós no momento estamos
bem, muito bem. Acredito que
vamos passar bem por esta".
O vice-presidente não descarta totalmente o risco de um
"apagão", mas acha que deve
chover bastante em janeiro e
fevereiro e diz que as medidas
foram tomadas: "Veja bem, a
gente tem que ter muito cuidado. Ninguém está livre, mas tudo indica, pelas informações
seguras, que vamos atravessar".
Ele não quis opinar sobre a
recente nomeação do senador
Edison Lobão (PMDB-MA) para ministro de Minas e Energia.
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