São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

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Alencar tem alta em SP, mas pede mais orações

"Quero não só agradecer aos que oraram, mas pedir que continuem rezando", diz vice

Vice-presidente diz que país tem boas condições para superar a crise nos EUA, mas não descarta totalmente o risco de um apagão no Brasil

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente da República, José Alencar, 76, deixou ontem o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde 12 de janeiro com quadro infeccioso decorrente da quimioterapia a que foi submetido no início do mês.
Ao deixar o hospital, Alencar disse: "Agora eu quero não só agradecer aos que oraram, porque está dando certo, mas pedir que continuem rezando o Pai Nosso". Ao lado da mulher, Mariza, e do neto Ricardo, Alencar disse que deverá ser internado novamente para nova sessão de quimioterapia. Seu retorno ao Sírio-Libanês estava previsto para o dia 24, mas deverá ser adiado para o dia 26 deste mês.
Alencar havia sido operado pela terceira vez do tumor no retroperitônio (cavidade abdominal) em 30 de outubro passado. Numa revisão da cirurgia, em 20 de dezembro, foi detectado um "ponto minúsculo" na mesma região, e os médicos decidiram fazer sessões de quimioterapia para combatê-lo. "É [uma imagem] pequena, mas tem de ser cuidada, por isso a quimioterapia", disse Alencar.
O vice declarou que gostaria de almoçar numa churrascaria, mas sua mulher não permitiu. O vice vai passar o fim de semana em São Paulo, em seu apartamento nos Jardins, e fará novos exames amanhã: "Vou ficando por aqui". Ele disse que gostaria muito de participar da reunião ministerial no dia 23, mas não sabe se será possível.
Havia a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em seu apartamento em São Bernardo, fosse visitar o vice, mas até as 19h ele não tinha aparecido.
Ao sair do hospital, Alencar ainda gravou uma mensagem para ser transmitida no programa de seu partido, o PRB, na TV. E aproveitou para criticar a taxa de juros no Brasil: "A taxa de juros ainda incomoda. Temos de pagar a taxa básica real do mercado internacional. O Brasil é um país de Primeiro Mundo".

Crise
Ao deixar o hospital, Alencar falou sobre a conjuntura econômica. Ele admitiu que "ninguém pode subestimar uma crise advinda de uma crise norte-americana: a economia americana é muito forte e afeta realmente as economias do mundo inteiro". Por isso, disse Alencar, "nós temos todos que ficar atentos e acompanhar". Apesar disso, Alencar disse que o país tem condições excepcionais para superar as dificuldades: "Nós no momento estamos bem, muito bem. Acredito que vamos passar bem por esta".
O vice-presidente não descarta totalmente o risco de um "apagão", mas acha que deve chover bastante em janeiro e fevereiro e diz que as medidas foram tomadas: "Veja bem, a gente tem que ter muito cuidado. Ninguém está livre, mas tudo indica, pelas informações seguras, que vamos atravessar".
Ele não quis opinar sobre a recente nomeação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para ministro de Minas e Energia.

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