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PMDB quer acelerar aliança eleitoral com PT
Para peemedebistas, quanto mais o tempo passar, mais o partido corre risco de perder valor na união e chance da vice com Temer
Cúpula da sigla, que se reúne hoje em jantar, acredita que, se Dilma se fortalecer, o PT pode acabar relativizando
o apoio formal do PMDB
FERNANDO RODRIGUES
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupado com o fortalecimento da pré-candidatura de
Dilma Rousseff pelo PT a presidente da República, o PMDB
deseja acelerar o projeto de estar unido aos petistas nas disputas eleitorais de 2010.
O assunto será discutido hoje
à noite, em Brasília, num jantar
da cúpula do PMDB. Devem estar presentes os presidentes da
Câmara, Michel Temer (SP), do
Senado, José Sarney (AP), os líderes do partido no Congresso
e alguns interessados diretos
na disputa deste ano, como o
ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (pré-candidato ao governo da Bahia), e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles
(filiado no ano passado).
A avaliação entre dirigentes
do PMDB é que, quanto mais o
tempo passar, mais o partido
corre o risco de perder valor na
pretendida coalizão com o PT
visando a eleição presidencial
em outubro. Dilma, numa hipótese otimista para o PT, ficaria forte a ponto de relativizar a
necessidade de apoio formal
dos peemedebistas.
Essa desvalorização do
PMDB ainda não ocorreu, pois
Dilma continua 14 pontos percentuais atrás do tucano José
Serra -segundo os cenários
mais prováveis apurados na
pesquisa Datafolha de dezembro. Ou seja, o melhor no momento é vender o apoio para o
PT, enquanto a adesão peemedebista está em alta.
O presidente nacional peemedebista, Michel Temer, vocaliza o espírito do jantar de
hoje: "O PMDB deseja transformar o pré-acordo com o PT
em acordo definitivo". Temer é
o nome mais cotado para ser indicado como candidato a vice-presidente de Dilma.
Ocorre que o presidente Lula
sugeriu no ano passado que o
PMDB deveria preparar uma
lista tríplice com opções de
candidatos a vice. A proposta
causou desconforto na cúpula
peemedebista.
"O candidato a vice-presidente do PMDB é Michel Temer. Não tem outro. Isso ficará
claro na reeleição dele como
presidente do partido, em março, quando deverá ter perto de
85% de apoio na nossa convenção nacional", diz o líder peemedebista na Câmara, Henrique Alves (RN), que estará presente no jantar.
A partir de março, no entender de Henrique Alves, "não se
segura mais" o anúncio da chapa Dilma-Temer para o Planalto. "Mas antes é necessário
acertarmos as situações nos
Estados, onde há ainda divergências entre o PT e o PMDB."
A reeleição de Temer para
comandar o partido é parte da
estratégia para tornar irreversível sua indicação como candidato a vice-presidente.
"A ideia inicial era que eu me
candidatasse [para a presidência do PMDB], mas combinamos que ele [Temer] deve continuar, até para fortalecê-lo na
vice. A unidade neste momento
é a coisa mais importante", afirmou o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), um dos dirigentes da legenda.
O ponto "número um" da
pauta do jantar a respeito de
alianças eleitorais nos Estados
é Minas Gerais, diz Henrique
Alves. Neste Estado, o PMDB
quer lançar candidato ao governo o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
O PT tem também dois pré-candidatos: o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus
Ananias, e o ex-prefeito de Belo
Horizonte Fernando Pimentel.
"Nossa proposta é que seja feita
uma pesquisa, e o mais viável
seja o candidato com o apoio
dos dois partidos", diz Alves.
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