São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça do DF mantém deputado da meia afastado

Câmara havia argumentado que decisão sobre saída de Prudente estaria "suprimindo a independência do Poder Legislativo local"

Leonardo Carvalho/Folha Imagem
Deputados distritais Erica Kokai e Paulo Tadeu e o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa (dir.)

LARISSA GUIMARÃES
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal manteve ontem a decisão de afastar da presidência da Câmara Legislativa o deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido), flagrado em vídeo colocando dinheiro nas meias e acusado de participar do esquema que ficou conhecido como mensalão do DEM.
Anteontem, o juiz Alvaro Ciarlini havia determinado o afastamento de Prudente, mas a Procuradoria da Câmara recorreu da decisão liminar, embora a Casa não tivesse sido notificada até ontem.
No pedido, a Procuradoria da Câmara argumentou que a decisão de afastar Prudente estaria "subvertendo a ordem pública, na medida em que suprimiria a independência do Poder Legislativo local".
O presidente do Tribunal de Justiça do DF, desembargador Nívio Geraldo Gonçalves, negou o pedido, argumentando que "não vislumbra, pelo menos no presente momento, qualquer violação à ordem pública a ser corrigida por meio de remédio excepcional".
Prudente ainda poderá recorrer, pois não foi notificado. Segundo assessores, o deputado teria passado o dia longe de Brasília, resolvendo problemas familiares em Goiânia.
A oposição criticou o fato de a Procuradoria da Câmara ter entrado com recurso na Justiça. "É no mínimo estranho, já que a Casa não havia sido notificada", disse o deputado Cabo Patrício (PT). A assessoria da Câmara afirmou que o recurso foi uma "iniciativa institucional", para apresentar defesa.

Depoimento
O PT reuniu-se ontem com o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, para viabilizar o depoimento de Durval Barbosa, pivô do mensalão do DEM, na CPI da Corrupção da Câmara do DF.
Segundo o deputado Paulo Tadeu (PT), o depoimento só ocorrerá quando estiver garantida a segurança de Barbosa -que foi secretário de Relações Institucionais do governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e está protegido pela PF desde que denunciou o suposto esquema de distribuição de propina. "É um depoimento complexo. Agora está na mão da PF", declarou o petista.
Assim, a convocação de Barbosa sai da briga entre base aliada e oposição. O PT queria que Barbosa fosse o primeiro a ser ouvido, enquanto os governistas defendiam deixar o depoimento do delator para outra fase da CPI.
O presidente da CPI e ex-secretário de Arruda, deputado Alírio Neto (PPS), se recusou a explicar quando será o depoimento. "Escreva aí o que quiser. Diga que não me encontrou, eu não vou declarar nada", disse o aliado de Arruda.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Governo: Lula diz que nunca corrupção foi tão abatida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.