São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2000


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PAINEL

Pilatos

O PFL já fechou posição. Diz que a aprovação do projeto que limita a edição de medidas provisórias por FHC não é uma questão político-partidária, mas prerrogativa do presidente do Senado. A decisão sobre a matéria que hoje mais aflige o Planalto está nas mãos de ACM.

Batalha à vista

Se ACM decidir promulgar o projeto que limita as MPs, o embate político deve se transferir para o Judiciário. Os textos comuns da Câmara e do Senado, segundo auxiliares do Planalto, têm brechas jurídicas.

Móbile político

Aloysio Nunes (Secretaria Geral da Presidência) tem em sua mesa um enfeite que o diverte. São quatro bolas de metal presas a uma haste por fios de náilon. Quando uma das bolinhas se movimenta, as outras começam a se mexer. O ministro batizou o brinquedo: base aliada.

Impressão digital e...

Frase do líder do PSDB, Aécio Neves (MG), dita a um amigo: "Eu não seria irresponsável para fazer tudo isso sozinho". Por "tudo isso" entenda-se a rasteira dos tucanos no PFL, tirando-lhe a maioria na Câmara.

...marcas do passado

A frase de Aécio Neves tem história. Serjão, quando ministro, fazia a mesma coisa. Quando era cobrado por suas trapalhadas, punha na conta de FHC.

Lógica pepebista

Dornelles (Trabalho) e Maluf jogaram contra a formação de um bloco do PPB com o PFL. O partido se deu bem. Seus 52 deputados podem ser o fiel da balança nas votações. Os blocos PSDB-PTB e PMDB-PST-PTN somam 229 deputados e não detêm a maioria (257).

Bola em jogo

Já tem gente na cúpula do tucanato considerando que o confronto com o PFL não foi tão favorável e traz muitos problemas a FHC. O PSDB teria marcado um gol no primeiro minuto, mas terá de mostrar que tem fôlego para segurar o resto do jogo na retranca.

Dólar furado

Se depender do Planalto, Roseana Sarney (PFL-MA) não irá faturar tão facilmente a condição de musa do salário mínimo. Estudo do Ipea em mãos do tucanato mostra que o Maranhão está entre os Estados com maior percentual de servidores ganhando abaixo do mínimo.

Toma lá...

O PFL vai usar a pesquisa que acaba de receber do Vox Populi para atrair o PMDB à candidatura de Romeu Tuma à Prefeitura de SP. A sondagem revela que a segurança é, de longe, o tema que mais aflige o paulistano, e Tuma, visto como o mais apto para enfrentar o problema.

...dá cá

Outro dado do Vox Populi que o PFL vai mostrar ao PMDB: depois de Collor e Pitta, Orestes Quércia é o nome com maior rejeição. Só não interessa ao PFL revelar que Tuma é apontado entre os mais ineptos para atacar o desemprego.

Uma brasileira

Ao desembarcar em SP na quinta-feira, Zulaiê Cobra (PSDB) irritou-se com a Infraero. Reclamou que, diferentemente de ministros e juízes, deputados são obrigados a utilizar ônibus comum entre a porta do avião e o desembarque.

Receita preventiva

A PF está de olho em José Serra (Saúde). Para protegê-lo. Teme confusões em razão da CPI dos Medicamentos.

Maquiagem federal

Parintins está pedindo a volta de FHC. Na visita do presidente ao município amazonense os serviços básicos da cidade, como coleta de lixo e energia elétrica, melhoraram muito. Depois que ele foi embora, voltaram à calamidade habitual.

Novo marketing

Piada ouvida em São Paulo: O PFL poderia aproveitar que perdeu o título de maior partido da Câmara dos Deputados e mudar de slogan. De "PFL: aqui se faz a história" para "PFL: aqui se faz, aqui se paga".
E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, sobre a possibilidade de o partido apoiar o tucano Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana:
- Não vamos ser sócios minoritários de uma falência.

CONTRAPONTO

Bons companheiros

Após a reunião que realizaram em Curitiba, no dia 8 passado, os governadores se dirigiram a Brasília, para apresentar suas reivindicações.
Tiveram encontros com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Primeiro, estiveram com ACM. O cacique baiano acomodou-se em um sofá e chamou, para sentar ao seu lado, Roseana Sarney (MA), Tasso Jereissati (CE) e Mário Covas (SP). Exatamente nessa ordem.
Os demais governadores ficaram cada um em uma cadeira. Mão Santa, governador do Piauí, não resistiu e fez um comentário irônico:
- Para sentar nesse sofá o critério é ser presidenciável...
Em seguida, os governadores rumaram para o Planalto. Um deles contou o episódio e a tirada de Mão Santa para Fernando Henrique, que corrigiu:
- Não, não, no caso do Covas, o critério não é bem esse. É de afinidade ideológica.



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