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CRIME ORGANIZADO
Para deputado do PPB-AL, integrantes de comissão usam critérios diferentes em investigação
Augusto Farias critica apuração da CPI
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio
O deputado Augusto Farias (PPB-AL) afirmou que a
CPI do Narcotráfico usa dois pesos e
duas medidas ao
investigar deputados federais.
Augusto Farias passou a ser investigado após o caminhoneiro
Jorge Meres, uma das principais
testemunhas da comissão, afirmar que o parlamentar é um dos
líderes de uma quadrilha de tráfico de drogas e roubo de cargas.
O deputado comparou sua situação à de Wanderley Martins
(PDT-RJ), que aparece no vídeo
de uma festa ao lado de um traficante do Rio, Walter Gomes Carvalho Filho, o Waltinho.
"Membros da CPI vão ao Rio de
Janeiro e pegam depoimentos do
bandido Waltinho", afirma Augusto Farias. "Aí o bandido diz:
"Eu não tive contato nenhum com
o seu Wanderley"."
"A CPI sai do presídio e diz que
está convencida de que o Wanderley não tem nada. Puxa: na hora que o bandido diz que tem, vale. Na hora que ele nega, quando é
contra o Augusto, não vale. São
dois pesos e duas medidas."
"Se aparecesse uma foto minha
com algum traficante, a CPI não
me cassaria, mas mandaria para a
cadeira elétrica."
Jorge Meres até hoje mantém
sua versão sobre Augusto Farias.
Uma subcomissão da CPI investiga Wanderley Martins, que é
membro da comissão. Ainda não
há relatório sobre o seu caso.
Por considerar que a CPI "usurpa competências constitucionais", o expõe à "execração pública" e move "perseguição político-partidária", Augusto Farias impetrou no STF (Supremo Tribunal
Federal) uma reclamação pedindo a imediata suspensão da investigação sobre ele.
O deputado pede que os documentos oriundos da quebra dos
seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, e "todo o produto da indevida invasão da sua intimidade",
sejam enviados ao STF em "invólucro fechado".
"Meus sigilos foram quebrados
há 120 dias, e ninguém diz se encontrou algo. Abri mão dos sigilos. Nem isso saciou a CPI."
STF
O ministro Sydney Sanches, do
STF, enviou pedido de informações sobre o caso de Augusto ao
presidente da comissão, Magno
Malta (PTB-ES).
O deputado Róbson Tuma
(PFL-SP), da CPI, negou perseguição a Augusto Farias e disse
que os 120 dias citados por ele estão errados. Os sigilos foram quebrados em outubro, mas a CPI ficou esperando, segundo Tuma,
que o deputado entregasse a papelada, como prometera.
"Como não entregava, pedimos
à Receita e ao Banco Central. Os
documentos estão sendo analisados há poucas semanas."
Em dezembro, em Maceió, a
Polícia Federal apreendeu documentos pessoais de Augusto Farias que estavam na empresa de
vigilância Tigre.
Um dos sócios legais da firma é
Marcos Maia, ex-assessor de Augusto Farias.
A CPI suspeita que o verdadeiro
dono da Tigre seja o deputado,
que nega. A comissão achava ter
quebrado o sigilo da Tigre de Maceió, mas recebeu dados de uma
empresa homônima de Fortaleza.
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