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ELEIÇÕES-2002
Governadora se reúne no Rio com diretor do instituto, que anuncia parceria com Estado no valor de R$ 120 mil
Roseana faz convênio com Ipea para medir a fome no Maranhão
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor de Estudos Sociais do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Ricardo Paes
de Barros, disse ontem que o instituto vai supervisionar um estudo para medir, entre outros indicadores, a fome no Maranhão, governado por Roseana Sarney.
A PPV (Pesquisa sobre Padrões
de Vida) analisa a dieta e os padrões de peso e altura para saber a
situação nutricional da população. O estudo será financiado pelo
governo maranhense e realizado
antes da eleição presidencial.
Há dois anos o Ipea, órgão ligado ao Ministério do Planejamento, vem fazendo um diagnóstico
da pobreza no Maranhão em parceria com o governo estadual. Segundo Barros, o convênio custou
cerca de R$ 120 mil ao Estado.
Anteontem, Roseana declarou:
"O Maranhão não tem fome, disso eu tenho certeza. Os indicadores sociais da periferia de São Paulo, de qualquer grande cidade,
mostram que a pobreza é maior
do que a pobreza do Maranhão".
Segundo ela, a economia de subsistência garante a alimentação
mínima da população pobre.
Depois de reunião entre técnicos do Ipea e Roseana, Barros disse que o estudo realizado até agora não tem condição de analisar a
fome e que espera conseguir melhor análise com a PPV. Ele divulgou dados mostrando que o Maranhão apresenta ainda a mais alta taxa de indigência do Brasil:
33% da população vive com menos de R$ 50 mensais, enquanto,
no Nordeste, a taxa é de 30%, e no
Brasil cai para 14%.
Tecnicamente, disse ele, não é
possível dizer se esses indigentes,
apesar da extrema pobreza, estão
passando fome, porque podem
estar sobrevivendo graças à agricultura de subsistência e à pesca.
O diagnóstico apresentado à governadora diz que o Maranhão
conseguiu, em alguns indicadores, uma melhora mais significativa que a média nacional. A renda
familiar per capita, segundo o
Ipea, subiu 30% no Maranhão de
1993 a 1999. No mesmo período, o
indicador subiu 23% na região
Nordeste e no Brasil. Questionado se foi convidado para o comando do programa social de Roseana, Paes de Barros desconversou: "Estou disponível para conversar com qualquer pessoa que
venha me pedir sugestões para
combater a pobreza no Brasil".
A assessoria de Roseana protegeu ontem a governadora do assédio dos jornalistas. Não divulgou
o local da reunião com técnicos
do Ipea. Roseana não apareceu
para entrevista coletiva ontem e o
local onde ela está hospedada no
Rio está sendo mantido sob sigilo.
Numa reunião anteontem com
coordenadores de campanha, Roseana disse que não irá desistir da
candidatura e que, quanto mais
críticas recebe, mais se sentia motivada. Os pefelistas acreditam em
um segundo turno entre Roseana
e Anthony Garotinho (PSB).
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