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AGENDA PETISTA
Reforma tributária deverá ser o principal ponto de divergência na reunião entre presidente e governadores
ICMS deve criar atrito entre Lula e Estados
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A reforma tributária deve ser o
principal ponto de atrito no encontro de amanhã e sábado entre
os 27 governadores e o presidente
da Luiz Inácio Lula da Silva. Já as
mudanças na Previdência, tidas
como essenciais para diminuir o
déficit do setor tanto na União como nos Estados, parecem rumar
para um consenso.
Em relação à reforma tributária,
os interesses são conflitantes entre os Estados e entre estes e a
União. Ninguém quer ter perda
de receita com alterações no regime atual. Entre a maioria dos governos estaduais e do Distrito Federal existe um aparente desconforto quanto à intenção do governo de federalizar o ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em busca do
fim da chamada "guerra fiscal".
Na prática, os governadores
querem um sistema mais simples,
mas temem perder o poder de reduzir as alíquotas do principal
imposto do sistema tributário nacional para atrair mais investimentos aos seus Estados.
"A reforma não pode tirar o poder de tributar dos Estados", disse
o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB).
Ainda na questão tributária, o
presidente Lula deve sofrer pressões no que se refere à definição
do princípio de tributação a ser
adotado. Os governadores do
Nordeste estão unidos na defesa
de que a cobrança do imposto sobre o consumo de bens e serviços
seja feita no destino, ou seja, onde
produtos e serviços são consumidos. São Paulo, um Estado "exportador", quer compensações
por eventuais perdas.
Previdência
Quanto à Previdência, a estratégia do governo de iniciar a reforma por um projeto de lei já em
tramitação que atinge apenas os
novos servidores amenizou eventuais discórdias. As pressões, nesse caso, partem dos servidores e
setores da esquerda.
Os governadores dos Estados
do Sul (todos do PMDB), por
exemplo, apóiam explicitamente
essa estratégia.
A reforma previdenciária é tida
como essencial para equilibrar as
contas dos Estados. No ano passado, a Previdência gerou um déficit
de R$ 14,5 bilhões nos Estados.
Ainda assim, algumas divergências entre os Estados permanecem, como a questão da contribuição dos inativos. A medida é
defendida pelos nordestinos e
contestada, por exemplo, pelo governador de Santa Catarina, Luiz
Henrique (PMDB).
A idéia do governo federal é
criar uma contribuição para os
servidores inativos com alíquota
abaixo dos 11% cobrados atualmente dos ativos da esfera federal.
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