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Local de cobrança do tributo divide os governadores
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Há dois pontos básicos de conflitos entre governadores na discussão sobre a reforma tributária:
1) se o ICMS deve ser federalizado
e 2) se esse tributo -que tem a
maior arrecadação no país- deve ser cobrado no Estado consumidor ou no produtor.
No documento enviado aos governadores, o governo federal fala
em federalizar a legislação do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) e
transformá-lo em IVA (Imposto
sobre o Valor Agregado), acabando com a incidência em cascata.
Também coloca na mesa a discussão sobre o princípio da tributação, se na origem ou no destino.
José Orcírio dos Santos, o Zeca
do PT (MS), tem uma opinião que
ilustra a polêmica em torno do assunto. "Vejo o governo dizer: vamos fazer a tributação no destino.
E me pergunto: e nós que produzimos só carne e abastecemos todo o Brasil? Quer dizer que o boi
vai comer pasto aqui, degradar a
terra aqui e gerar mais imposto
para São Paulo e Paraná? Negativo", disse, na terça-feira passada.
Além da federalização do ICMS,
a União fala em combater a guerra fiscal por meio do veto da redução de alíquotas nos Estados.
No Nordeste, os governadores
temem perder receita com a possibilidade de centralização. "Se
houver essa garantia, aliada a uma
política de desenvolvimento da
região, a guerra fiscal fica em segundo plano", disse o vice-governador Eraldo Tinoco (PFL-BA).
"O que não pode haver é uma medida que retire a capacidade dos
Estados de cobrar os impostos."
Para o governador João Alves
(PFL-SE), "São Paulo foi o Estado
mais privilegiado no século passado, o país todo trabalhou em
benefício dele. Agora é hora de o
Estado dar um pouquinho em benefício dos mais pobres".
Já para o governador Geraldo
Alckmin (PSDB-SP), a reforma
"não deve levar ninguém a perder
receita. Deve haver uma compensação pelo menos na transição".
Para Wellington Dias (PT-PI), o
ICMS deve ser mantido no âmbito estadual, mas com regras diferentes. "O Estado onde está o consumidor é que deve ficar com a fatia desse impostos, deixando a
cargo daquele que faz a captação o
valor que possa permitir o custeio
desses serviços."
Alguns governadores querem
alternativas à guerra fiscal. "Uma
reforma tributária que tire a possibilidade dos Estados de darem
benefício [fiscal] é retrocesso", diz
Blairo Maggi (PPS-MT).
Já Aécio Neves (PSDB-MG) disse que a unificação do ICMS significaria um "entendimento" entre
os Estados. "Pela avaliação inicial
que nós [governadores tucanos]
fizemos, é muito provável que
consigamos construir uma maioria, não apenas para o ICMS único, mas para que haja uma banda mais restrita onde as variações sejam acertadas previamente, sem
os exageros que têm ocorrido."
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