São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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Procuradoria investiga se Pitta fez viagem à custa de empresa

da Reportagem Local

O Ministério Público investiga possível improbidade administrativa cometida pelo prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN), que teria se hospedado na França à custa de uma empresa ligada à prestação de serviços na cidade.
Promotores da Cidadania, que investigam o caso, devem se reunir hoje com outros membros do Ministério Público para definir as estratégias da futura ação civil pública contra o prefeito.
A ex-primeira-dama Nicéa Pitta afirmou, em seu depoimento, que as despesas da viagem à Copa do Mundo, em junho de 98, foram pagas pela Lyonnaise des Eaux, empresa que controla a Vega Engenharia Ambiental, prestadora de serviço de limpeza e varrição de ruas em São Paulo.
Nicéa disse que, na Copa, Pitta foi informado que a imprensa brasileira já conhecia a história.
Segundo ela, Pitta supostamente solicitou à administração do Le Grand Hotel, onde ficaram hospedados de 7 a 14 de junho, que rasgasse os comprovantes de pagamento que estavam em nome da empresa francesa e emitisse novos em seu nome.
O Ministério Público informou que pretende solicitar ao hotel cópias da prestação de contas e outros documentos para comprovar quem pagou as despesas do casal.
A promotoria ainda não definiu se a ação será baseada exclusivamente no depoimento de Nicéa -o que agilizaria o processo-, ou se vai esperar os documentos enviados pela Justiça francesa.
Segundo a promotoria, se ficar comprovado que Pitta recebeu de "presente" a hospedagem da empresa francesa, ele pode ser condenado por improbidade. O prefeito negou as acusações e disse que pagou as despesas do hotel.

Denúncia
O Ministério Público ofereceu outra denúncia contra Pitta por crime de descumprimento de ordem judicial. A denúncia, oferecida há três semanas, se refere ao fato de o prefeito não ter obedecido a um ofício de 90 dias que determinava o pagamento de complementos de precatórios.
Segundo o procurador do setor que apura crimes cometidos por prefeitos Alberto de Oliveira Andrade Netto, o prefeito deveria ter pago as dívidas judiciais, conforme ofício recebido da Justiça.
A denúncia foi encaminhada ao Tribunal de Justiça e, se aceita, será aberto processo-crime contra Pitta, que pode perder o cargo.
Nesta semana, Pitta vai se dedicar quase que exclusivamente para se defender das acusações feitas pela ex-mulher e para iniciar o processo de separação judicial. Na quarta, deporá em Brasília sobre as denúncias de desvio de verba destinada ao pagamento de dívidas judiciais. Na quinta, Pitta terá a primeira audiência da separação, na 3ª Vara da Família.



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