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Procuradoria investiga se Pitta fez viagem à custa de empresa
da Reportagem Local
O Ministério Público investiga
possível improbidade administrativa cometida pelo prefeito de
São Paulo, Celso Pitta (PTN), que
teria se hospedado na França à
custa de uma empresa ligada à
prestação de serviços na cidade.
Promotores da Cidadania, que
investigam o caso, devem se reunir hoje com outros membros do
Ministério Público para definir as
estratégias da futura ação civil pública contra o prefeito.
A ex-primeira-dama Nicéa Pitta
afirmou, em seu depoimento, que
as despesas da viagem à Copa do
Mundo, em junho de 98, foram
pagas pela Lyonnaise des Eaux,
empresa que controla a Vega Engenharia Ambiental, prestadora
de serviço de limpeza e varrição
de ruas em São Paulo.
Nicéa disse que, na Copa, Pitta
foi informado que a imprensa
brasileira já conhecia a história.
Segundo ela, Pitta supostamente solicitou à administração do Le
Grand Hotel, onde ficaram hospedados de 7 a 14 de junho, que
rasgasse os comprovantes de pagamento que estavam em nome
da empresa francesa e emitisse
novos em seu nome.
O Ministério Público informou
que pretende solicitar ao hotel cópias da prestação de contas e outros documentos para comprovar
quem pagou as despesas do casal.
A promotoria ainda não definiu
se a ação será baseada exclusivamente no depoimento de Nicéa
-o que agilizaria o processo-,
ou se vai esperar os documentos
enviados pela Justiça francesa.
Segundo a promotoria, se ficar
comprovado que Pitta recebeu de
"presente" a hospedagem da empresa francesa, ele pode ser condenado por improbidade. O prefeito negou as acusações e disse
que pagou as despesas do hotel.
Denúncia
O Ministério Público ofereceu
outra denúncia contra Pitta por
crime de descumprimento de ordem judicial. A denúncia, oferecida há três semanas, se refere ao fato de o prefeito não ter obedecido
a um ofício de 90 dias que determinava o pagamento de complementos de precatórios.
Segundo o procurador do setor
que apura crimes cometidos por
prefeitos Alberto de Oliveira Andrade Netto, o prefeito deveria ter
pago as dívidas judiciais, conforme ofício recebido da Justiça.
A denúncia foi encaminhada ao
Tribunal de Justiça e, se aceita, será aberto processo-crime contra
Pitta, que pode perder o cargo.
Nesta semana, Pitta vai se dedicar quase que exclusivamente para se defender das acusações feitas
pela ex-mulher e para iniciar o
processo de separação judicial.
Na quarta, deporá em Brasília sobre as denúncias de desvio de verba destinada ao pagamento de dívidas judiciais. Na quinta, Pitta terá a primeira audiência da separação, na 3ª Vara da Família.
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