São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2007

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Líder diz que PR irá deixar ministério se perder a administração dos portos

FÁBIO ZANINI
RANIER BRAGON

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A criação de mais uma secretaria com status de ministério pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva -a dos Portos- abriu ontem nova crise no processo de reforma ministerial.
Descontente por perder a administração dos portos, hoje subordinada à pasta dos Transportes, o PR (Partido da República) avisou que, se isso realmente acontecer, vai abrir mão de integrar o governo.
O partido, ex-PL e Prona, controla a pasta de Transportes desde o início do primeiro governo Lula. Seu presidente de honra, senador Alfredo Nascimento (AM), é o nome indicado pelo partido para o posto, que já comandou anteriormente.
"Se isso ocorrer [criação da secretaria], abdicamos de participar administrativamente do governo. É uma decisão tomada por toda a bancada e que iremos comunicar ao presidente Lula", disse o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR).
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) criticou a declaração de Castro. Ele disse que não gosta "dessa história de o PR ficar colocando condição para aceitar ministério." Segundo ele, o partido não deve abrir mão da pasta dos Transportes. "Se o presidente, por alguma necessidade política, precisar dividir o ministério, temos de entender que muitas vezes o Executivo toma decisões que não nos agradam."
Já o PSB está enciumado porque considera que não foi contemplado a contento por Lula. Apesar de aliada histórica do PT, a sigla perdeu o cobiçado Ministério da Integração Nacional para o PMDB e manteve o da Ciência e Tecnologia, com baixo orçamento. A criação da Secretaria dos Portos serviria como compensação.
Os socialistas indicaram o ex-ministro da Integração Nacional Pedro Britto para o cargo. Seu nome foi bancado pela Executiva Nacional do partido na última sexta-feira.
Ontem, ao saber da ameaça do PR, o PSB reagiu com ironia. "Que eu saiba, quem comanda o governo é o presidente Lula, não o deputado Luciano Castro", disse o senador socialista Renato Casagrande (ES).
As legendas prometem procurar Lula nesta semana. Por enquanto, nenhum dos partidos ameaça romper com o governo. "Não precisamos de cargo nenhum para apoiar o governo", diz o líder do PR.


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