São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2008

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"Ficamos mais bravos ainda" depois da medida da mineradora, afirma Stedile

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile afirmou que a decisão obtida na Justiça pela Vale, de multá-lo em caso de invasão ou depredação de dependências da mineradora, é "uma medida desesperada", que não terá o efeito pretendido, pois deixou-os "mais bravos ainda".
Stedile foi o convidado para dar a aula magna que marcou oficialmente o início do ano letivo na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Discursou e respondeu a perguntas de cerca de 200 pessoas, ao lado do reitor da universidade, Aluízio Teixeira. Foi aplaudido de pé e muito elogiado por Teixeira, professores e estudantes.
O líder do MST afirmou que a medida obtida pela mineradora na Justiça do Rio ontem não o "surpreende" nem contém os integrantes do movimento.
"É uma medida desesperada da Vale, que sabe estar em dívida com o povo, que luta para reestatizá-la e a pressiona para cumprir suas obrigações e abandonar seu projeto contra o meio ambiente. Na verdade, essa decisão não nos refreia: ficamos mais bravos ainda", afirmou o dirigente.
João Pedro Stedile disse que a Vale recorreu a "métodos do tempo da ditadura", de "repressão", contra o MST. "São falsos mecanismos judiciais. Eles realmente acham que uma multa de R$ 50 mil contra mim vai convencer o povo a não parar trem no Pará?", questionou o líder do MST.
De acordo com ele, a Vale "vive com paranóias, porque tem culpa no cartório e entende que o povo só se mexe com um motivo justo". "Eles que procurem descobrir por que o povo está assim", afirmou.


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