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"Ficamos mais bravos ainda" depois da medida da mineradora, afirma Stedile
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O líder do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) João Pedro Stedile afirmou que a decisão obtida na
Justiça pela Vale, de multá-lo
em caso de invasão ou depredação de dependências da mineradora, é "uma medida desesperada", que não terá o efeito
pretendido, pois deixou-os
"mais bravos ainda".
Stedile foi o convidado para
dar a aula magna que marcou
oficialmente o início do ano letivo na UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro). Discursou e respondeu a perguntas de cerca de 200 pessoas, ao
lado do reitor da universidade,
Aluízio Teixeira. Foi aplaudido
de pé e muito elogiado por Teixeira, professores e estudantes.
O líder do MST afirmou que a
medida obtida pela mineradora
na Justiça do Rio ontem não o
"surpreende" nem contém os
integrantes do movimento.
"É uma medida desesperada
da Vale, que sabe estar em dívida com o povo, que luta para
reestatizá-la e a pressiona para
cumprir suas obrigações e
abandonar seu projeto contra o
meio ambiente. Na verdade, essa decisão não nos refreia: ficamos mais bravos ainda", afirmou o dirigente.
João Pedro Stedile disse que
a Vale recorreu a "métodos do
tempo da ditadura", de "repressão", contra o MST. "São falsos
mecanismos judiciais. Eles
realmente acham que uma
multa de R$ 50 mil contra mim
vai convencer o povo a não parar trem no Pará?", questionou
o líder do MST.
De acordo com ele, a Vale "vive com paranóias, porque tem
culpa no cartório e entende que
o povo só se mexe com um motivo justo". "Eles que procurem
descobrir por que o povo está
assim", afirmou.
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