São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Marina afirma que sua agenda não é de direita nem de esquerda

Senadora defende a autonomia do BC e a manutenção do superavit primário

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse ontem que não está construindo uma "agenda de direita ou de esquerda" para as eleições. E afirmou que não conhece o significado da expressão "neoliberalismo verde", cunhada por críticos de seus recentes movimentos em busca de apoio.
"Precisamos sair destes rótulos. Eu não sei o que significa esta história de "neoliberalismo verde". O que eu sei é que nós tivemos conquistas nos últimos 16 anos e elas precisam ser preservadas", disse Marina.
A polêmica ganhou força após o anúncio da adesão do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, tido como supostamente mais identificado com ideias defendidas pelo PSDB.
"Sempre buscamos oferecer alternativas, à margem de partidos e de governos. Para isso, vamos discutir com as pessoas, sem rotulá-las e sem fazer policiamento", afirmou Marina.
Ela defendeu a autonomia do Banco Central, as metas de inflação e a manutenção do superavit primário. "Eu me lembro que, quando se falava em controlar a inflação e criar reservas, diziam que era uma política neoliberal. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso fez isso e o presidente Lula continuou fazendo."
Questionada sobre o apoio do PSDB à candidatura do deputado federal Fernando Gabeira (PV) ao governo do Rio de Janeiro, Marina mencionou o apoio do PV à candidatura do senador petista Tião Viana ao governo do Acre.
O PV conduz um "processo correto", disse a senadora, e seu programa de governo será "guiado por princípios". "Para que nós vamos nos apequenar em uma discussão sobre o que é direita e o que é esquerda? Precisamos é assegurar que haja coerência interna e externa em torno de princípios."

Pré-sal
Por ver risco de "contaminação pelo período eleitoral", a senadora defendeu que as discussões sobre marco regulatório do pré-sal sejam transferidas para 2011. "O caso dos royalties já está contaminado. O melhor seria fazer dois movimentos: deixar para 2011 e desde já pensar como isso seria feito à luz da reforma tributária."
Ela também se disse favorável à reforma política e ao financiamento público de campanhas, mas por meio de uma "constituinte exclusiva". "Deveríamos ter deputados e senadores eleitos só para isso e que não poderiam concorrer nas próximas eleições. É a maneira de sairmos do impasse."


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