|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"É hábito', diz Andrade Vieira
da Sucursal de Brasília
O senador José Eduardo Andrade Vieira (PR), presidente do PTB,
disse ontem que o deputado José
Borba (PTB) não merece ser "sacrificado" por uma "coisa menor". Segundo ele, um deputado
votar por outro "é um hábito na
Câmara".
Durante entrevista coletiva a jornais e TVs, o senador falou que a
prática do "pianismo" é comum
entre os deputados. Antes, avisou
que iria falar em "off" (informação de fonte que se mantém anônima) -mas não consultou se os
repórteres presentes aceitariam
conversar em "off".
"Em "off', isso é comum na Câmara", afirmou Vieira, diante de
câmaras de TV e gravadores ligados. De acordo com o senador, a
Câmara deveria "ter um processo
de votação que dificultasse essa
prática".
Mais rigor
Vieira disse que o episódio não
poderia ter acontecido no Senado.
"No Senado, há mais rigor nas votações. O plenário é menor, o que
facilita a fiscalização."
O senador também criticou o
presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). "O presidente da
Câmara, em vez de paralisar a votação e apurar a denúncia, mandou filmar."
"Não podemos, por uma coisa
menor, sacrificar o mandato de
um parlamentar que sempre agiu
corretamente, que sempre procedeu com seriedade", afirmou. O
senador classificou de "deslize" o
fato de Borba ter votado pelo deputado Valdomiro Meger
(PFL-PR).
A Executiva do PTB irá analisar a
situação do deputado José Borba
na próxima semana. Vieira já antecipou que não considera o caso
grave. "Eu não vou condená-lo
antecipadamente", disse.
Elogios
Na entrevista, o senador elogiou
Borba todo o tempo. "Como
coordenador da bancada, ele é
muito leal aos companheiros,
muito prestativo, muito solícito e
isso pode ter contribuído (para a
prática de "pianismo')."
O presidente do PTB comparou
o fato ao caso dos estudantes que,
no ano passado, atearam fogo ao
índio pataxó Galdino Jesus dos
Santos, que morreu em consequência das queimaduras.
De acordo com Vieira, se o caso
do índio pataxó não foi considerado "doloso" pela Justiça, o episódio do "pianismo" é "muito menor".
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|