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PLANALTO
Presidente afirma que não faltarão recursos para a área social
FHC ataca "cassandras" e
diz que combaterá inflação
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
afirmou ontem
que, "para decepção das cassandras", já estão dando resultado as ações do governo no combate à inflação.
"Deixem a inflação conosco. Vamos combatê-la. Estamos combatendo. Já está dando resultado, para decepção das cassandras", disse
FHC em cerimônia pelo primeiro
ano de funcionamento do fundo
de valorização do magistério, o
Fundef, no Palácio do Planalto.
Cassandra é uma personagem da
mitologia grega que se caracteriza
por fazer previsões pessimistas nas
quais ninguém acredita, mas que
sempre acabam se concretizando.
Recessão
O presidente comemorou a queda da inflação, mas não mencionou o fato de que ela ocorreu, segundo a Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas), por
causa da recessão.
A Fipe estima para março uma
inflação de 0,8%, contra uma previsão inicial de 1,5%.
Em seu discurso, o presidente fez
uma segunda referência às cassandras. "O Brasil, em dez anos, nessa
área (ensino básico) será outro.
Nós estamos vendo o efeito de um
ano. É claro que as cassandras de
sempre vão pegar um dado aqui e
ali para dizer: ah, mas em 99 não
vai crescer, tem a crise, a inflação",
afirmou o presidente.
Em novembro passado, Fernando Henrique já havia chamado
seus adversários de cassandras. Na
época, criticou "os opiniáticos internacionais" que previam um cenário recessivo para o país.
FHC disse que o governo deve estar prevenido "quanto ao escândalo" de se usar números isolados relativos às atividades desenvolvidas
neste ano e transformá-los "num
brado de alerta".
"É até bom que haja brados de
alerta. Mas é preciso que não haja
desestímulo constante e essa imagem de que o país não é capaz de
sair do círculo de giz do atraso e da
sua incapacidade de avançar",
afirmou o presidente.
"Não é verdadeiro esse círculo de
giz. Não estamos num círculo de
giz. Estamos avançando, estamos
melhorando", disse.
O presidente voltou a afirmar,
porém, que 99 será "um ano difícil". Fernando Henrique disse que
não faltarão recursos públicos
"para o que é essencial na assistência à população".
Ele reafirmou também que "há
muito recurso público desperdiçado" e que "o objetivo de um governo não é gastar, é atender a população e gastar bem".
Compensação
O presidente usou o exemplo da
compensação obtida pelo Fundef
para justificar os cortes feitos no
Orçamento da União em alguns
programas sociais, como o do
transporte escolar.
Os cortes no orçamento da área
social têm sido uma das principais
críticas feitas ao governo em 98.
"Não é preciso que a verba de
transporte escolar, do Ministério
da Educação, aumente. Pode até
diminuir. (...) Ela pode estar diminuindo no Orçamento, aparentemente, porque foi compensada pela ação de outro programa", afirmou o presidente.
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