São Paulo, sábado, 20 de abril de 2002

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PAINEL

Fusão a frio
O PFL já refez suas contas e acha que dificilmente conseguirá manter uma base parlamentar tão sólida no próximo governo quanto a dos anos FHC. A fim de manter seu poder de barganha, o partido pretende negociar uma fusão com o PPB assim que passarem as eleições.

Sem carro-chefe
Dois motivos levam o PFL a redimensionar suas projeções para o Legislativo: com a verticalização das coligações, a sigla deverá ficar fora da eleição presidencial e não terá como dispor de um puxador de votos nacional, como foi FHC nas duas últimas eleições, de 94 e de 98.

Nomes em falta
O segundo problema do PFL será a falta de candidatos próprios fortes aos governos nos principais Estados, com exceção da Bahia. O PFL não deverá encabeçar chapas em SP, RJ, MG, PE, PE, CE e RS. E no PR, Estado que governa, Jaime Lerner deverá apoiar alguém do PSDB.

Troca de apoios
Francisco Dornelles (PPB) e Jorge Bornhausen (PFL) são os articuladores da fusão entre os partidos. Dizem que as duas legendas são ideologicamente afinadas e se complementam em vários Estados. Onde o PPB é forte, como em São Paulo, o PFL é fraco. E vice-versa.

Questão de raiz
PPB e PFL têm a mesma origem: a antiga Arena e seu sucessor, o PDS. O rompimento ocorreu em 1985, quando Tancredo Neves (MG), pela Frente Liberal, disputou com Paulo Maluf (SP) a Presidência da República no colégio eleitoral.

Amargo regresso
Com poucas chances de se eleger governador no Pará, o peemedebista Jader Barbalho deverá concorrer novamente ao Senado na eleição de outubro. Para onde o pefelista ACM (BA) também pretende retornar no início do ano que vem.

Nada feito
O Brasil adotará uma posição linha-dura na reunião da Organização dos Estados Americanos que discutirá, entre outros pontos, a descriminação da maconha. O general Paulo Uchôa (Senad) será o porta-voz do país na reunião, marcada para 29 de abril e 2 de maio, nos EUA.

Fileira americana
Ex-secretário nacional Antidrogas, Wálter Maierovitch lamenta a posição brasileira, que diverge de outros países, como Peru e Equador, mas se iguala à dos Estados Unidos: "O professor Fernando Henrique vai deixar o governo defendendo a criminalização da maconha, o que vai na contramão da história".

Exame da Ordem
Anthony Garotinho (PSB-RJ) e seu provável vice, Costa Leite, ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), serão os primeiros a participar da série de debate com presidenciáveis promovida pela OAB de SP. O evento vai ocorrer no dia 30, na sede da Ordem, às 15h.

Água e azeite
No debate, Costa Leite deverá ser indagado pelos advogados sobre sua ida da presidência do Superior Tribunal de Justiça direto para a vida política. Ministros do STJ, ex-colegas de Costa Leite, reservadamente, condenam a atitude do ex-colega.

Palavras ao vento
Em 99, no programa de TV "Roda Viva", Ciro Gomes (PPS) declarou que não aceitaria, "de jeito nenhum", um apoio do PFL, "como força organizada", à sua candidatura à Presidência. "[Os pefelistas] são operadores tradicionais da máquina do Estado brasileiro", disse.

Amor à distância
A respeito de um eventual apoio de ACM, à época, Ciro disse que o ex-senador é "pessoalmente adorável", mas não concordava "com o jeito dele de fazer política". Segundo o presidenciável, ACM "é autoritário, tem uma tradição de esmagamento da contradição".

TIROTEIO

Do senador Roberto Requião (PMDB-PR), sobre a decisão do STF de manter a verticalização das coligações:
- É uma ação fascista contra os partidos. A próxima medida será decretar a cassação de todos os candidatos que forem contra o tucano José Serra.

CONTRAPONTO

Sob pressão

Dias atrás, Lula foi a Brasília apoiar a campanha de Geraldo Magela, candidato petista ao governo do Distrito Federal.
Após encontros com empresários, políticos e líderes evangélicas de Brasília, Lula participou da inauguração de um comitê de campanha de Magela no Conic, centro comercial no centro da cidade que reúne escritórios de vários partidos políticos e sindicatos, além de boates, bares e sex shops.
No discurso de inauguração, Lula se orgulhou de já ter passado dos 50 anos e continuar com disposição para fazer campanha presidencial e ajudar seus aliados pelo Brasil.
- Passei dos 50, mas tenho vigor dos 25 anos - afirmou.
Imediatamente, a platéia começou a gritar, em coro:
- Viagra! Viagra!
Ruborizado, Lula encerrou o discurso, após afirmar que não usa o medicamento.


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