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ELEIÇÕES
Definição de candidato na capital sairá em 16 de maio; Alckmin ficou insatisfeito
PSDB marca pré-convenção em SP
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após meses de impasse e de negociações internas, o PSDB resolveu marcar uma pré-convenção
para escolher o candidato que disputará a prefeitura paulistana.
A decisão mostra que o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, não conseguiu fechar
questão em torno da candidatura
do secretário da Segurança, Saulo
de Castro Abreu Filho, o nome da
sua preferência para a disputa.
A Executiva Municipal do partido marcou para o dia 16 de maio a
pré-convenção. Entrarão na disputa os deputados federais Walter
Feldman e Zulaiê Cobra e o ex-presidente nacional do PSDB José
Aníbal, além de Abreu Filho.
A única possibilidade de a pré-convenção ser desmarcada, avaliam os tucanos, é se o presidente
nacional do PSDB, José Serra, decidir entrar no pleito. O ex-senador, no entanto, tem dito aos correligionários não ter interesse na
disputa pela prefeitura.
A pré-convenção é a única saída
possível para o partido até o momento. Isso porque os outros três
pré-candidatos foram contra
abrir mão de suas candidaturas
em favor do secretário da Segurança, visto por eles como um nome novo e sem tradição dentro da
legenda. O único que uniria os
quatro pré-candidatos é Serra.
A Folha apurou que Alckmin
não saiu satisfeito com a decisão
de a legenda ir para a pré-convenção. Interlocutores próximos do
tucano dizem que os outros três
pré-candidatos estão "testando" o
governador ao insistir na disputa.
Na avaliação do Palácio dos
Bandeirantes, a pré-convenção
pode enfraquecer o partido. O caso da prévia feita pelo PT no Rio
Grande do Sul em 2002, quando
os petistas Olívio Dutra e Tarso
Genro entraram em uma forte
disputa para concorrer ao governo do Estado e o partido perdeu
as eleições, foi citado como exemplo. Um assessor do governador
chegou a comentar que a prévia
antecipada irá deixar "rachaduras" entre os pré-candidatos muito difíceis de serem suprimidas.
Para o presidente municipal do
PSDB, Edson Aparecido, a pré-convenção fortalece a candidatura tucana. "O governador mostrou liderança e respeito com as
decisões do partido. Demonstrou
ser a favor da democracia interna", disse o deputado estadual,
negando que Alckmin saia enfraquecido com a prévia antecipada.
Edson Aparecido afirmou que
todas as principais lideranças do
PSDB foram consultadas sobre a
pré-convenção, entre elas o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e os ex-ministros Clóvis
Carvalho (Casa Civil) e Paulo Renato (Educação).
A escolha do candidato tucano
será feita por cerca de 980 integrantes do partido. Votarão no
dia 16 os membros do diretório
municipal, os delegados zonais e
os parlamentares do PSDB.
O nome vencedor será homologado apenas na convenção de junho, prazo estipulado pela legislação eleitoral para serem referendadas as candidaturas. A votação
para a escolha do candidato tucano será realizada com uma festa
na sede do Diretório Municipal
do PSDB, no centro da cidade.
Todos os quatro pré-candidatos
do PSDB negam que a pré-convenção causará desentendimentos. "Decidido o nome, todos os
outros apoiarão a candidatura",
disse Aníbal. Feldman e Zulaiê,
que disse que se inscreveria na
prévia, caso não houvesse pré-convenção, defendem a disputa
interna como sinal de que o PSDB
é um "partido democrático".
Alianças
A pré-convenção é necessária
porque definirá o nome do candidato tucano a tempo de o partido
correr atrás de alianças antes da
convenção, quando são também
definidas as coligações.
O ideal para os tucanos seria ceder a vice e fechar aliança com o
PFL. O partido, no entanto, tem
insistido na tese de lançar candidatura própria. Aceitam apoiar o
PSDB apenas se Serra disputar.
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