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Presidente do PSDB discute fim da reeleição com Lula
Na saída, Tasso diz que papel da oposição "não é xingar, não é gritar, não é ameaçar"
Senador tucano minimiza uma eventual crítica de FHC à reunião: "Quando ele era presidente não convidava os outros para conversar?"
EDUARDO SCOLESE
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após conversar ontem por
uma hora e meia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
no Palácio do Planalto, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse
que o papel da oposição não é
"xingar", "gritar" e "ameaçar".
Na reunião, Lula e Tasso definiram a estratégia de votar na
reforma política os pontos de
consenso entre governo e oposição, como o fim da reeleição e
a ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Discutiram também a prorrogação
da CPMF e da DRU (Desvinculação de Receitas da União),
além de projetos sobre a Sudam
e a Sudene. Sobre CPI do Apagão Aéreo, segundo Tasso, Lula
disse: "Eu respeito a posição da
oposição de instalar a CPI".
"[O encontro] demonstra um
certo momento de maior maturidade na democracia do país
quando a gente pode dialogar",
disse Tasso após a reunião: "Fazer oposição não é xingar, não é
gritar, não é ameaçar. Fazer
oposição é estar contra nos momentos certos naquilo que a
oposição não concorda".
O convite ao tucano foi feito
ontem de manhã pela líder do
governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Roseana e o ministro
Walfrido Mares Guia (Relações
Institucionais) participaram
do encontro, ontem à noite.
A reunião ocorreu dias após o
petista ter recebido o senador
Antonio Carlos Magalhães
(DEM, ex-PFL-BA). Segundo
Tasso, a oposição tem proporcionado uma vida tranqüila ao
governo: "Até que não está acirrada. O governo neste ano tem
levado uma vida tranqüila".
Lula falou de sua relação com
Mário Covas (morto em 2001),
José Serra, Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso. Mencionou sua "admiração" e "respeito" por FHC.
Tasso disse que não conseguiu
avisar FHC da visita porque ele
estava viajando, mas minimizou uma reação negativa do ex-presidente à reunião: "Quando
ele era presidente não convidava os outros para conversar?"
No sábado, FHC descartou o
diálogo do PSDB com o governo: "Como é que vamos dialogar se o presidente todo dia me
ataca à toa, sem mais nem menos? Então ele não quer diálogo
nenhum, quer é tirar proveito".
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