São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Presidente do PSDB discute fim da reeleição com Lula

Na saída, Tasso diz que papel da oposição "não é xingar, não é gritar, não é ameaçar"

Senador tucano minimiza uma eventual crítica de FHC à reunião: "Quando ele era presidente não convidava os outros para conversar?"


EDUARDO SCOLESE
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após conversar ontem por uma hora e meia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o papel da oposição não é "xingar", "gritar" e "ameaçar".
Na reunião, Lula e Tasso definiram a estratégia de votar na reforma política os pontos de consenso entre governo e oposição, como o fim da reeleição e a ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Discutiram também a prorrogação da CPMF e da DRU (Desvinculação de Receitas da União), além de projetos sobre a Sudam e a Sudene. Sobre CPI do Apagão Aéreo, segundo Tasso, Lula disse: "Eu respeito a posição da oposição de instalar a CPI".
"[O encontro] demonstra um certo momento de maior maturidade na democracia do país quando a gente pode dialogar", disse Tasso após a reunião: "Fazer oposição não é xingar, não é gritar, não é ameaçar. Fazer oposição é estar contra nos momentos certos naquilo que a oposição não concorda".
O convite ao tucano foi feito ontem de manhã pela líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Roseana e o ministro Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) participaram do encontro, ontem à noite.
A reunião ocorreu dias após o petista ter recebido o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM, ex-PFL-BA). Segundo Tasso, a oposição tem proporcionado uma vida tranqüila ao governo: "Até que não está acirrada. O governo neste ano tem levado uma vida tranqüila".
Lula falou de sua relação com Mário Covas (morto em 2001), José Serra, Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mencionou sua "admiração" e "respeito" por FHC. Tasso disse que não conseguiu avisar FHC da visita porque ele estava viajando, mas minimizou uma reação negativa do ex-presidente à reunião: "Quando ele era presidente não convidava os outros para conversar?"
No sábado, FHC descartou o diálogo do PSDB com o governo: "Como é que vamos dialogar se o presidente todo dia me ataca à toa, sem mais nem menos? Então ele não quer diálogo nenhum, quer é tirar proveito".


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