São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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FORÇAS ARMADAS
Cargueiro ia para a Europa
Avião da FAB é retido com 32 kg de coca

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

Um avião cargueiro Hercules C-130 da FAB (Força Aérea Brasileira) foi retido ontem na Base Aérea de Recife (PE) com cerca de 32 quilos de cocaína escondidos a bordo.
O aparelho, de prefixo 2466, saiu do Rio de Janeiro e seguiria para a Europa, possivelmente para Palma de Mallorca, na Espanha.
Em Recife, o cargueiro faria apenas uma escala técnica para reabastecimento e checagem de equipamentos.
Da Europa, o aparelho deveria seguir para os Estados Unidos, de onde retornaria eventualmente carregado com materiais de uso restrito das Forças Armadas.
A FAB não divulgou o nome dos envolvidos. O comandante do avião, segundo apurou a Agência Folha, seria um major conhecido por Hita. Ele e mais oito tripulantes foram detidos e mantidos na base aérea para investigação.
A droga, que estava dividida em 32 pacotes, tem grau de pureza de 100%, de acordo com testes realizados na noite de ontem por técnicos da Polícia Federal.
A tentativa de tráfico internacional com o uso de um avião militar teria sido descoberta pelo serviço de inteligência do órgão.
Policiais federais, apurou a Agência Folha, teriam comunicado o comando da base em Recife sobre o caso, antes mesmo da chegada do avião à cidade, e requisitado providências.
A Polícia da Aeronáutica foi mobilizada e, logo após o pouso, entrou no cargueiro e localizou a droga. Até o fechamento desta edição, não havia informações sobre o local onde a cocaína estava escondida dentro do Hercules.
Toda a operação foi mantida em sigilo pela Base Aérea de Recife, que se recusou a fornecer detalhes sobre o caso.
Procurado pela Agência Folha, o comandante da base, coronel Antonio Guilherme Teles Ribeiro, não atendeu a reportagem.
O Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica, em Brasília, entretanto, confirmou a ocorrência na noite de ontem mas também não detalhou a apreensão.
O crime, por ter sido cometido dentro de um avião militar, será apurado em inquérito interno das Forças Armadas. A Polícia Federal poderá, eventualmente, participar das investigações, se for chamada pela FAB.


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