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FORÇAS ARMADAS
Cargueiro ia para a Europa
Avião da FAB é retido com 32 kg de coca
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Um avião cargueiro Hercules C-130 da FAB (Força Aérea Brasileira) foi retido ontem na Base Aérea
de Recife (PE) com cerca de 32 quilos de cocaína escondidos a bordo.
O aparelho, de prefixo 2466, saiu
do Rio de Janeiro e seguiria para a
Europa, possivelmente para Palma
de Mallorca, na Espanha.
Em Recife, o cargueiro faria apenas uma escala técnica para reabastecimento e checagem de equipamentos.
Da Europa, o aparelho deveria
seguir para os Estados Unidos, de
onde retornaria eventualmente
carregado com materiais de uso
restrito das Forças Armadas.
A FAB não divulgou o nome dos
envolvidos. O comandante do
avião, segundo apurou a Agência
Folha, seria um major conhecido
por Hita. Ele e mais oito tripulantes foram detidos e mantidos na
base aérea para investigação.
A droga, que estava dividida em
32 pacotes, tem grau de pureza de
100%, de acordo com testes realizados na noite de ontem por técnicos da Polícia Federal.
A tentativa de tráfico internacional com o uso de um avião militar
teria sido descoberta pelo serviço
de inteligência do órgão.
Policiais federais, apurou a
Agência Folha, teriam comunicado o comando da base em Recife
sobre o caso, antes mesmo da chegada do avião à cidade, e requisitado providências.
A Polícia da Aeronáutica foi mobilizada e, logo após o pouso, entrou no cargueiro e localizou a droga. Até o fechamento desta edição,
não havia informações sobre o local onde a cocaína estava escondida dentro do Hercules.
Toda a operação foi mantida em
sigilo pela Base Aérea de Recife,
que se recusou a fornecer detalhes
sobre o caso.
Procurado pela Agência Folha, o
comandante da base, coronel Antonio Guilherme Teles Ribeiro,
não atendeu a reportagem.
O Centro de Comunicação Social
do Ministério da Aeronáutica, em
Brasília, entretanto, confirmou a
ocorrência na noite de ontem mas
também não detalhou a apreensão.
O crime, por ter sido cometido
dentro de um avião militar, será
apurado em inquérito interno das
Forças Armadas. A Polícia Federal
poderá, eventualmente, participar
das investigações, se for chamada
pela FAB.
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