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PT X PT
Dirigente estadual do partido e deputados serão testemunhas de acusação em processo disciplinar que julga radicais
Petista alagoano deve depor contra senadora
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dirigente do PT de Alagoas
e parlamentares da legenda na
Câmara dos Deputados deverão
ser as principais testemunhas de
acusação no processo disciplinar
aberto pelo partido contra a senadora Heloísa Helena (AL), e contra os deputados Luciana Genro
(RS) e João Batista Oliveira de
Araújo, o Babá (PA).
Autor da representação que pediu a abertura do processo, Sílvio
Pereira, secretário de Organização do PT e homem de confiança
do ministro José Dirceu (Casa Civil), afirmou que os nomes deverão ser definidos ainda hoje.
Segundo ele, a convocação de
um líder do PT alagoano pretende
demonstrar que, no caso de Heloísa Helena, "a quebra de disciplina é recorrente".
Como exemplo desse suposto
comportamento, o dirigente petista cita a decisão da senadora de
desistir de sua candidatura ao governo de Alagoas no ano passado
após a direção da legenda ter decidido reproduzir no Estado sua
aliança nacional com o PL.
Já os parlamentares da sigla na
Câmara serão convidados a prestar depoimentos sobre o comportamento dos dois deputados federais. Na semana passada, alguns
deles criticaram Babá e Luciana
Genro por não terem participado
de um debate sobre a reforma da
Previdência promovido pela bancada na Câmara.
Na representação de Pereira, a
senadora e os deputados são acusados de "atrapalhar a governabilidade", principalmente ao se recusarem a acompanhar a decisão
da bancada em relação à votação
da reforma da Previdência.
De acordo com as regras de funcionamento da Comissão de Ética
que analisa o caso, os três acusados têm até esta sexta-feira para
apresentar suas defesas por escrito. Assim como a acusação, poderão ainda convocar até oito depoimentos a seu favor.
Tanto as testemunhas de acusação quanto as de defesa serão ouvidas durante a primeira audiência da Comissão de Ética, marcada para domingo, na sede nacional do PT, em São Paulo.
Pela defesa conjunta dos três
parlamentares deverão depor o
senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o advogado Dalmo Dallari, o
sociólogo Emir Sader e, de acordo
com Babá, o também advogado
Plínio de Arruda Sampaio, que teria aceito convite feito na semana
passada por Luciana Genro.
Babá afirmou ainda que pretende convocar o testemunho de líderes sindicais que acompanharam as posições históricas do PT
sobre a reforma da Previdência.
"Não vou lá [na comissão] para
me defender porque não cometi
nenhum pecado. Não ofendi ninguém, ao contrário do [presidente
Luiz Inácio] Lula [da Silva], que
me ofendeu com uma comparação infeliz com o agatunado do
Geddel [Vieira Lima]", disse ele,
referindo-se à declaração em que
o presidente sugeriu, em tom de
brincadeira, trocar o radical petista pelo "radical" do PMDB.
De acordo com Babá, sua defesa
pessoal será apoiada em declarações anteriores de Lula, de José
Dirceu e do presidente nacional
da legenda, José Genoino, defendendo as mesmas posições que
hoje todos eles criticam.
"Apóio a postura deles de antes.
Não farei nenhuma autocrítica",
completou o deputado.
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