São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Senador seria candidato a presidente, e ex-governador, a vice; Itamar deve anunciar na segunda desistência a sua candidatura

Simon aceita se aliar a Garotinho e formar chapa à Presidência

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O senador Pedro Simon (RS) e o ex-governador Anthony Garotinho acertaram ontem a apresentação à convenção do PMDB de uma chapa conjunta para a disputa da Presidência da República. Simon, 76, será o candidato. Garotinho, 45, o vice.
A desistência de Garotinho a ser ele mesmo o candidato começou a ser esboçada na convenção extraordinária do PMDB, há uma semana, que determinou que o partido não tenha candidato próprio ao Planalto nas eleições de outubro. Na ocasião, ele anunciou que, se Simon concordasse, aceitaria ser o vice da chapa.
Assim, Garotinho tenta minar as resistências de lideranças do partido que eram favoráveis à candidatura própria, mas contrárias a que ele fosse o candidato do partido. Essas lideranças em sua maioria desembarcaram da tese da candidatura própria depois que Garotinho derrotou o governador Germano Rigotto (RS) numa consulta informal para definir o candidato do partido.
Inicialmente, Simon recusou a proposta de Garotinho. Ontem, o senador disse à Folha que pensou melhor sobre o assunto, desde então conversou várias vezes com Garotinho e líderes do PMDB e decidiu aceitar ser o líder da chapa proposta pelo ex-governador.
"Por mim, estou aceitando. O Garotinho falou, e eu aceitei. Eu estou participando", afirmou Simon, em entrevista por telefone.
Simon e Garotinho finalizaram os entendimentos por telefone ontem à tarde. Na conversa, ficou acertado que o lançamento oficial da chapa ocorrerá na semana que vem, possivelmente na quarta.
Antes do anúncio oficial da chapa, Simon pretende conversar com lideranças do PMDB governista, como o senador José Sarney (AP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), na tentativa de convencê-los a apoiar a candidatura na convenção do partido, marcada para 11 de junho.
"Estou fazendo todo o esforço em busca de um entendimento. Inclusive, hoje [ontem], da tribuna do Senado, fiz um longo pronunciamento dirigido praticamente ao Renan e ao Sarney para ver se a gente senta numa mesa e encontra uma forma de participar dessa eleição", afirmou o senador.
Em 2002, o senador chegou a pleitear ser o indicado do PMDB à eleição presidencial, mas o partido decidiu se aliar ao PSDB.
De acordo com Simon, a situação do país exige a presença de um candidato do PMDB na eleição a presidente. "Está ficando tão grave [o quadro nacional], tão complicado, com essa história de São Paulo [ataques do PCC] e tudo o mais, que o PMDB não pode se dar ao luxo de ficar de fora. Então, vamos fazer uma discussão interna", afirmou.
Antes do anúncio da chapa com Garotinho, Simon planeja conversar também com o ex-governador Orestes Quércia (SP), que deve voltar na terça dos EUA.
Simon disse gostar de Garotinho, diferentemente de outros líderes do partido. "Disse a ele que não tenho restrição a seu nome, acho que é um belo nome."

Itamar
O ex-presidente Itamar Franco, o outro pré-candidato do PMDB, vai renunciar à sua pré-candidatura. Ele também deverá anunciar apoio à candidatura de Simon.
A decisão será anunciada na tarde de segunda, na sede do PMDB-MG, em encontro com as bancadas federal e estadual do partido, conforme disse à Folha o deputado Marcelo Siqueira (PMDB-MG), do grupo de Itamar.
O deputado disse que o ex-presidente aceitou a pré-candidatura justamente por achar que o partido deve ter candidato, mas o prazo dado por Itamar para que o partido definisse a questão foi a convenção extraordinária do último dia 13. Agora ele vai tentar ser candidato ao Senado com apoio do governador Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição.


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