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ELEIÇÕES 2006
Senador seria candidato a presidente, e ex-governador, a vice;
Itamar deve anunciar na segunda desistência a sua candidatura
Simon aceita se aliar a Garotinho e formar chapa à Presidência
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O senador Pedro Simon (RS) e o
ex-governador Anthony Garotinho acertaram ontem a apresentação à convenção do PMDB de
uma chapa conjunta para a disputa da Presidência da República.
Simon, 76, será o candidato. Garotinho, 45, o vice.
A desistência de Garotinho a ser
ele mesmo o candidato começou
a ser esboçada na convenção extraordinária do PMDB, há uma
semana, que determinou que o
partido não tenha candidato próprio ao Planalto nas eleições de
outubro. Na ocasião, ele anunciou
que, se Simon concordasse, aceitaria ser o vice da chapa.
Assim, Garotinho tenta minar
as resistências de lideranças do
partido que eram favoráveis à
candidatura própria, mas contrárias a que ele fosse o candidato do
partido. Essas lideranças em sua
maioria desembarcaram da tese
da candidatura própria depois
que Garotinho derrotou o governador Germano Rigotto (RS) numa consulta informal para definir
o candidato do partido.
Inicialmente, Simon recusou a
proposta de Garotinho. Ontem, o
senador disse à Folha que pensou
melhor sobre o assunto, desde então conversou várias vezes com
Garotinho e líderes do PMDB e
decidiu aceitar ser o líder da chapa proposta pelo ex-governador.
"Por mim, estou aceitando. O
Garotinho falou, e eu aceitei. Eu
estou participando", afirmou Simon, em entrevista por telefone.
Simon e Garotinho finalizaram
os entendimentos por telefone
ontem à tarde. Na conversa, ficou
acertado que o lançamento oficial
da chapa ocorrerá na semana que
vem, possivelmente na quarta.
Antes do anúncio oficial da chapa, Simon pretende conversar
com lideranças do PMDB governista, como o senador José Sarney
(AP) e o presidente do Senado,
Renan Calheiros (AL), na tentativa de convencê-los a apoiar a candidatura na convenção do partido, marcada para 11 de junho.
"Estou fazendo todo o esforço
em busca de um entendimento.
Inclusive, hoje [ontem], da tribuna do Senado, fiz um longo pronunciamento dirigido praticamente ao Renan e ao Sarney para
ver se a gente senta numa mesa e
encontra uma forma de participar
dessa eleição", afirmou o senador.
Em 2002, o senador chegou a
pleitear ser o indicado do PMDB à
eleição presidencial, mas o partido decidiu se aliar ao PSDB.
De acordo com Simon, a situação do país exige a presença de
um candidato do PMDB na eleição a presidente. "Está ficando tão
grave [o quadro nacional], tão
complicado, com essa história de
São Paulo [ataques do PCC] e tudo o mais, que o PMDB não pode
se dar ao luxo de ficar de fora. Então, vamos fazer uma discussão
interna", afirmou.
Antes do anúncio da chapa com
Garotinho, Simon planeja conversar também com o ex-governador Orestes Quércia (SP), que
deve voltar na terça dos EUA.
Simon disse gostar de Garotinho, diferentemente de outros líderes do partido. "Disse a ele que
não tenho restrição a seu nome,
acho que é um belo nome."
Itamar
O ex-presidente Itamar Franco,
o outro pré-candidato do PMDB,
vai renunciar à sua pré-candidatura. Ele também deverá anunciar
apoio à candidatura de Simon.
A decisão será anunciada na tarde de segunda, na sede do PMDB-MG, em encontro com as bancadas federal e estadual do partido,
conforme disse à Folha o deputado Marcelo Siqueira (PMDB-MG), do grupo de Itamar.
O deputado disse que o ex-presidente aceitou a pré-candidatura
justamente por achar que o partido deve ter candidato, mas o prazo dado por Itamar para que o
partido definisse a questão foi a
convenção extraordinária do último dia 13. Agora ele vai tentar ser
candidato ao Senado com apoio
do governador Aécio Neves
(PSDB), candidato à reeleição.
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