São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Tucano recompõe a maioria da base de sustentação de FHC e terá pefelista no comando da campanha

Serra faz "arrastão" nos diretórios do PFL

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Rompido com o Palácio do Planalto desde março passado, o PFL voltará ao centro do poder caso o candidato José Serra, da aliança PSDB-PMDB, vença as eleições. Será menor do que foi nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, mas com ministérios importantes, como teve o PMDB.
A participação faz parte de acordos que o PSDB fechou formal ou informalmente com a maioria do PFL nos Estados. A sigla terá representante no comitê de Serra, a exemplo do PPB, que já se acertou com os tucanos em 22 Estados.
Passadas as convenções partidárias, Serra quer acertar o apoio de 80% do PFL. Hoje, só não há possibilidade de acordo na Bahia, no Rio Grande do Norte, em Rondônia, em Mato Grosso, em Santa Catarina, em Sergipe, no Amazonas e no Rio Grande do Sul. Mas há sutilezas em cada situação.
Na Bahia, o candidato pefelista ao governo decidiu não fazer campanha contra o tucano; em Santa Catarina, Jorge Bornhausen, presidente da sigla, se aliou ao governador Esperidião Amin (PPB), que apóia Serra. Em Rondônia, pode micar o acordo PSDB-PMDB em torno da candidatura de Amir Lando (PMDB), mas ambos podem apoiar a reeleição de José Bianco (PFL).
À exceção de Antonio Carlos Magalhães (BA) e Jorge Bornhausen (SC), a maioria dos pefelistas históricos já optou por Serra: o vice-presidente Marco Maciel (PE), o primeiro-vice-presidente José Jorge (PE), o líder na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), e o governador Hugo Napoleão (PI).
As adesões contrariam o levantamento de Bornhausen em abril, segundo o qual 16 diretórios do PFL queriam apoiar Ciro Gomes (PPS). Ciro obteve apoio em cinco Estados: Bahia, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Sul e Mato Grosso: nos três últimos, o PFL vai apoiar o candidato do PPS.
Por causa disso, a cúpula pefelista, controlada por Bornhausen e ACM, jogou todas suas fichas na candidatura do ex-ministro Roberto Brant para o governo de Minas. Isso daria um palanque importante para Ciro no segundo maior colégio eleitoral do país.
A articulação fracassou. A direção regional do PFL, favorável ao acordo com os tucanos, dobrou a resistência da cúpula (leia texto abaixo). Só deve ficar de fora de um eventual governo Serra a ala pefelista que ficar na oposição.

Serra
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ver "com muito agrado" a adesão de pefelistas à sua candidatura. Depois de receber anteontem o apoio oficial do governador do Piauí, Hugo Napoleão (PFL), candidato à reeleição, o tucano se encontrou com o prefeito César Maia (PFL) e a candidata do PFL ao governo do Estado, Solange Amaral.
Solange tem o apoio do PSDB e do PMDB. Segundo Serra, a aliança no Estado serve de exemplo de que é possível vencer as resistências ao seu nome no PFL.
"Quanto mais essa aliança se multiplicar é bom. Não apenas para ganhar, mas para governar o Brasil, porque o país tem que ser governado com maioria. Começou aqui no Rio, mas acredito que ela vai acontecer também em São Paulo e em Minas", disse Serra.
Segundo Serra, o apoio do governador Itamar Franco a Aécio Neves é "muito bom". "O Aécio sai como candidato forte e ele é meu parceiro em Minas".

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O PSDB pediu ontem ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liminar que garanta direito de resposta a José Serra contra a propaganda de Ciro Gomes (PPS) no programa institucional do PDT. Se for bem sucedido nesse pedido, Serra conquistará espaço na TV ainda neste mês, numa tentativa de compensar a aparição maior de Ciro na mídia, na publicidade dos aliados, PDT e PTB.


Colaboraram a SUCURSAL DO RIO e a SUCURSAL DE BRASÍLIA



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