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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Tucano recompõe a maioria da base de sustentação de FHC e terá pefelista no comando da campanha
Serra faz "arrastão" nos diretórios do PFL
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Rompido com o Palácio do Planalto desde março passado, o PFL
voltará ao centro do poder caso o
candidato José Serra, da aliança
PSDB-PMDB, vença as eleições.
Será menor do que foi nos dois
mandatos de Fernando Henrique
Cardoso, mas com ministérios
importantes, como teve o PMDB.
A participação faz parte de acordos que o PSDB fechou formal ou
informalmente com a maioria do
PFL nos Estados. A sigla terá representante no comitê de Serra, a
exemplo do PPB, que já se acertou
com os tucanos em 22 Estados.
Passadas as convenções partidárias, Serra quer acertar o apoio
de 80% do PFL. Hoje, só não há
possibilidade de acordo na Bahia,
no Rio Grande do Norte, em Rondônia, em Mato Grosso, em Santa
Catarina, em Sergipe, no Amazonas e no Rio Grande do Sul. Mas
há sutilezas em cada situação.
Na Bahia, o candidato pefelista
ao governo decidiu não fazer
campanha contra o tucano; em
Santa Catarina, Jorge Bornhausen, presidente da sigla, se aliou
ao governador Esperidião Amin
(PPB), que apóia Serra. Em Rondônia, pode micar o acordo
PSDB-PMDB em torno da candidatura de Amir Lando (PMDB),
mas ambos podem apoiar a reeleição de José Bianco (PFL).
À exceção de Antonio Carlos
Magalhães (BA) e Jorge Bornhausen (SC), a maioria dos pefelistas
históricos já optou por Serra: o vice-presidente Marco Maciel (PE),
o primeiro-vice-presidente José
Jorge (PE), o líder na Câmara,
Inocêncio Oliveira (PE), e o governador Hugo Napoleão (PI).
As adesões contrariam o levantamento de Bornhausen em abril,
segundo o qual 16 diretórios do
PFL queriam apoiar Ciro Gomes
(PPS). Ciro obteve apoio em cinco
Estados: Bahia, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Sul e Mato
Grosso: nos três últimos, o PFL
vai apoiar o candidato do PPS.
Por causa disso, a cúpula pefelista, controlada por Bornhausen
e ACM, jogou todas suas fichas na
candidatura do ex-ministro Roberto Brant para o governo de Minas. Isso daria um palanque importante para Ciro no segundo
maior colégio eleitoral do país.
A articulação fracassou. A direção regional do PFL, favorável ao
acordo com os tucanos, dobrou a
resistência da cúpula (leia texto
abaixo). Só deve ficar de fora de
um eventual governo Serra a ala
pefelista que ficar na oposição.
Serra
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ver "com
muito agrado" a adesão de pefelistas à sua candidatura. Depois
de receber anteontem o apoio oficial do governador do Piauí, Hugo Napoleão (PFL), candidato à
reeleição, o tucano se encontrou
com o prefeito César Maia (PFL) e
a candidata do PFL ao governo do
Estado, Solange Amaral.
Solange tem o apoio do PSDB e
do PMDB. Segundo Serra, a aliança no Estado serve de exemplo de
que é possível vencer as resistências ao seu nome no PFL.
"Quanto mais essa aliança se
multiplicar é bom. Não apenas
para ganhar, mas para governar o
Brasil, porque o país tem que ser
governado com maioria. Começou aqui no Rio, mas acredito que
ela vai acontecer também em São
Paulo e em Minas", disse Serra.
Segundo Serra, o apoio do governador Itamar Franco a Aécio
Neves é "muito bom". "O Aécio
sai como candidato forte e ele é
meu parceiro em Minas".
Publicidade
O PSDB pediu ontem ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) liminar que garanta direito de resposta a José Serra contra a propaganda de Ciro Gomes (PPS) no
programa institucional do PDT.
Se for bem sucedido nesse pedido, Serra conquistará espaço na
TV ainda neste mês, numa tentativa de compensar a aparição
maior de Ciro na mídia, na publicidade dos aliados, PDT e PTB.
Colaboraram a SUCURSAL DO RIO e a
SUCURSAL DE BRASÍLIA
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