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Vavá é excluído de denúncia de 39 pessoas
Processo de irmão de Lula deve ser enviado à Justiça Federal de São Bernardo do Campo (SP), afirma a
Procuradoria
Morelli, compadre de Lula, está entre os acusados de fazer parte da máfia dos
caça-níqueis; denunciados contestam as acusações
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O MPF (Ministério Público
Federal) denunciou ontem 39
pessoas sob a acusação de pertencerem à máfia dos caça-níqueis. Não foi incluído o nome
do aposentado Genival Inácio
da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, a Procuradoria diz
ter entendido que "não há nos
autos elementos que indiquem
a participação [de Vavá] em
qualquer uma das quadrilhas
[da máfia dos caça-níqueis] denunciadas". O caso de Vavá porém não foi arquivado, pois a
Procuradoria pediu mais investigação sobre o suposto lobby.
A Polícia Federal indiciou no
inquérito enviado à Procuradoria 58 pessoas na Operação Xeque-Mate, ocorrida em 4 de junho -entre elas estava Vavá,
suspeito de tráfico de influência e exploração de prestígio.
Dessas 58, 19 não foram denunciadas pela Procuradoria.
O processo de Vavá deve ser
enviado à Justiça Federal de
São Bernardo do Campo (SP).
Quem vai decidir se envia ou
mantém o processo em Mato
Grosso do Sul é o juiz da 5ª Vara
Federal de Campo Grande,
Dalton Kita Conrado, que recebeu a denúncia ontem.
Os procuradores da República Jerusa Burmann Viecili,
Lauro Coelho Júnior e Pedro
Paulo Grubits Gonçalves de
Oliveira afirmaram que "não
foram identificados os possíveis beneficiários do citado
lobby que teria sido feito".
Os mesmos procuradores haviam concordado, no início do
mês, com os pedidos de prisão
temporária de Vavá e de busca
e apreensão, formulados pela
PF. Segundo os procuradores,
essas medidas "não exigiam
provas robustas", como é necessário no caso da denúncia. O
juiz federal Dalto Kita Conrado
negou o pedido de prisão.
"Também não foram esclarecidos sobre qual julgamento
[no STJ] ou procedimento licitatório os diálogos [entre Servo
e Vavá] se referiam", argumentaram os procuradores ontem.
O compadre
Entre denunciados ontem
está Dario Morelli Filho, compadre do presidente Lula. Ele
foi acusado de contrabando,
formação de quadrilha e falsidade ideológica. Os procuradores não denunciaram Morelli
por corrupção de policiais, embora a PF o tenha indiciado.
O MPF pediu o envio do processo à Justiça de Ilhabela (SP),
onde, segundo a PF, Morelli é
sócio de Nilton Cezar Servo em
uma casa de caça-níqueis aberta em nome de um laranja.
Servo foi denunciado por
contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica. Embora tenham sido indiciados por sonegação fiscal, Morelli e Servo
não foram denunciados por esses crimes. Na avaliação do
MPF, é preciso que a Receita
abra uma investigação e aponte
o valor de imposto devido para
depois haver ação na Justiça.
A PF apontou que Morelli teve uma movimentação financeira superior aos seus rendimentos declarados.
Outro lado
Segundo o advogado de Servo, Eldes Rodrigues, o suposto
contrabando é "impossível".
Sobre a suposta formação de
quadrilha, Rodrigues disse
"não vislumbrar o Nilton se
unindo a ninguém". O advogado disse ainda que "não há nenhuma menção, nenhuma prova" da suposta corrupção.
O advogado de Dario Morelli
Filho, Milton Fernando Talzi,
disse que "nem sequer existe
quadrilha". Sobre denúncia de
contrabando, Talzi disse que "a
empresa que importava as máquinas tinha uma sentença judicial que permitia".
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