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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CPI
Anderson Adauto, que ocupou a pasta dos Transportes, disse que seu assessor sacou no Rural dinheiro para saldar dívidas de campanha
Ex-ministro confirma ajuda de Delúbio
LUIZ FRANCISCO
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Primeiro ministro dos Transportes do governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Anderson Adauto (PL) confirmou ontem que Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, o ajudou a pagar
uma dívida de campanha com dinheiro sacado no Banco Rural.
"Encerrei 2002, quando me elegi deputado federal, com uma dívida de campanha. Então, pedi
ajuda para o Delúbio Soares e ele
me ajudou. Não sei precisar a
quantia, mas foi entre R$ 100 mil e
R$ 150 mil", disse Adauto, atual
prefeito de Uberaba.
Segundo Adauto, a "ajuda" de
Delúbio Soares foi feita à época
em que ocupava o Ministério dos
Transportes. "Foi em 2003", disse
o prefeito. O saque foi feito por José Luiz Alves, secretário de governo da Prefeitura de Uberaba.
"Não vejo nenhuma irregularidade em ser ajudado para pagar
dívidas de campanha", afirmou
Adauto, que deixou o ministério
em abril do ano passado.
Marcos Valério revelou, em depoimento ao procurador-geral da
República, na semana passada,
nomes de 11 pessoas que teriam
recebido autorização de Delúbio
Soares para sacar dinheiro, no
Banco Rural, dos empréstimos
que diz ter feito para o PT. José
Luiz Alves era um deles.
Outro nome revelado por Marcos Valério é Raimundo Ferreira
da Silva Júnior, que era assessor
parlamentar do deputado Paulo
Delgado (PT-MG). Ele disse que
esteve uma única vez na agência
do Banco Rural, em Brasília, no
ano passado, para receber uma
ordem de pagamento em seu nome. Raimundo disse que esteve
na agência como assessor do escritório nacional do PT, a pedido
do ex-tesoureiro do partido.
Também em nota oficial, Wilmar Lacerda, presidente do PT
em Brasília, disse que recebeu R$
50 mil através de uma ordem de
pagamento e que o dinheiro foi
para pagar dívidas do partido. Segundo ele, a orientação para efetuar o saque partiu de Delúbio.
Assessora do líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Anita Leocádia da Costa não foi encontrada pela Folha. O diretório
nacional do PT confirmou que
Solange Pereira de Oliveira trabalha na secretaria de finanças do
partido, mas que ela não falaria.
Roberto Costa Pinho, ex-assessor de Gilberto Gil, não foi encontrado em sua residência. Também
não foram localizados Luiz Mazano, Renata Maciel Rezende Costa,
Aureo Markato, José Nilson Santos e Rui Milan.
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