São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2005

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Após denúncias, diretor da Secom pede demissão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ter seu nome relacionado com os interesses do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, o petista Marco Antônio da Silva decidiu deixar a direção de Eventos da Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), comandada por Luiz Gushiken.
Reportagem da Folha publicada no mês passado revelou que ele é casado com Telma dos Reis Menezes Silva, publicitária que atua em Brasília na defesa dos interesses de Marcos Valério em contratos com órgãos públicos e empresas privadas.
Há um ano pelo menos, Telma atua como "contato" da empresa de eventos Multi Action Entretenimentos, que pertence a Marcos Valério. Com sede em Belo Horizonte e escritório em Brasília, a empresa teve faturamento estimado em R$ 2 milhões em 2004.
Valério é acusado de ser o operador do "mensalão", suposto esquema de pagamento de mesada pelo PT a deputados da base aliada em troca de apoio ao governo federal. O publicitário nega, dizendo que seus negócios com a cúpula petista eram para o pagamento de gastos de campanhas.
Ontem, foi publicada no "Diário Oficial" da União a exoneração "a pedido" de Marco Antonio Silva do cargo de diretor de Eventos da Secom. O posto é um dos quatro mais importantes da secretária, abaixo de Gushiken. A portaria é assinada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Procurado ontem, o ex-diretor da Secom não foi localizado pela reportagem. À Folha, no mês passado, Marco Antonio da Silva afirmou não haver conflito de interesse entre sua função no governo federal e o trabalho de sua mulher com o publicitário Marcos Valério. "Minha mulher é do mercado, sempre trabalhou com atendimento e eu nunca me meti no trabalho dela, da mesma forma que ela não se meteu no meu. Não a indiquei, é uma caminhada própria", disse na ocasião.
O petista, que atuou no comando da comunicação da campanha de José Genoino ao governo de São Paulo em 2002, comunicou seu afastamento a Gushiken na última quinta-feira. Ele alegou que as denúncias envolvendo seu nome e de sua mulher estavam prejudicando sua vida particular. O pedido foi aceito de pronto por Gushiken.
(EDUARDO SCOLESE E ANA FLOR)


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