São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2005

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Dívida de R$ 39 milhões faz PT anunciar arrocho

DA REPORTAGEM LOCAL

A dívida declarada do PT quase dobrou com a entrega do relatório da comissão de finanças montada pelo partido: de R$ R$ 24,7 milhões para R$ 38,9 milhões. Ironicamente, o valor é quase idêntico ao total de empréstimos captados pelo publicitário mineiro Marcos Valério de Souza e repassados para o PT.
Para tentar sanear o rombo, o plano anunciado pela Executiva Nacional do partido é economizar R$ 1,2 milhão por mês durante um ano e meio.
Entre as medidas estão a redução da estrutura do escritório nacional do partido em Brasília, a venda de veículos e até o corte de funcionários -hoje o partido diz ter 162 funcionários: 136 em São Paulo e 26 em Brasília.
O partido também deve criar um teto de R$ 7.000 para salários de quem ocupar cargos executivos do PT. Quem acumular funções só receberá complementação para que alcance o valor máximo estipulado.
"Isso é para a recuperação de uma normalidade mínima das finanças do partido, não quer dizer nem que seja recuperar a normalidade financeira", afirmou o presidente do PT, Tarso Genro.
Causou mal-estar na reunião de ontem a divulgação de que o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral Silvio Pereira ganhavam entre R$ 11 mil e R$ 12 mil enquanto o ex-presidente José Genoino recebia R$ 8.000, fosso classificado por Tarso como "deformação".
Outro momento de constrangimento foi o anúncio de que dois integrantes da direção recebem salários do PT e do governo federal, por intermédio de estatais. Segundo participantes do encontro, são Silvio Pereira e Marcelo Sereno, ex-secretário de comunicação do partido.
A comissão de finanças revisou o balanço apresentado por Delúbio Soares antes de seu afastamento da secretaria de finanças do partido.
O balanço antigo não incluía, por exemplo, os empréstimos nos bancos BMG e Rural que tiveram como avalista o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza -acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador do suposto "mensalão".


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