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Dívida de R$ 39 milhões faz PT anunciar arrocho
DA REPORTAGEM LOCAL
A dívida declarada do PT quase
dobrou com a entrega do relatório da comissão de finanças montada pelo partido: de R$ R$ 24,7
milhões para R$ 38,9 milhões.
Ironicamente, o valor é quase
idêntico ao total de empréstimos
captados pelo publicitário mineiro Marcos Valério de Souza e repassados para o PT.
Para tentar sanear o rombo, o
plano anunciado pela Executiva
Nacional do partido é economizar
R$ 1,2 milhão por mês durante
um ano e meio.
Entre as medidas estão a redução da estrutura do escritório nacional do partido em Brasília, a
venda de veículos e até o corte de
funcionários -hoje o partido diz
ter 162 funcionários: 136 em São
Paulo e 26 em Brasília.
O partido também deve criar
um teto de R$ 7.000 para salários
de quem ocupar cargos executivos do PT. Quem acumular funções só receberá complementação para que alcance o valor máximo estipulado.
"Isso é para a recuperação de
uma normalidade mínima das finanças do partido, não quer dizer
nem que seja recuperar a normalidade financeira", afirmou o presidente do PT, Tarso Genro.
Causou mal-estar na reunião de
ontem a divulgação de que o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral Silvio Pereira ganhavam entre R$ 11 mil e R$ 12
mil enquanto o ex-presidente José
Genoino recebia R$ 8.000, fosso
classificado por Tarso como "deformação".
Outro momento de constrangimento foi o anúncio de que dois
integrantes da direção recebem
salários do PT e do governo federal, por intermédio de estatais. Segundo participantes do encontro,
são Silvio Pereira e Marcelo Sereno, ex-secretário de comunicação
do partido.
A comissão de finanças revisou
o balanço apresentado por Delúbio Soares antes de seu afastamento da secretaria de finanças
do partido.
O balanço antigo não incluía,
por exemplo, os empréstimos nos
bancos BMG e Rural que tiveram
como avalista o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza
-acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o
operador do suposto "mensalão".
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