São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2005

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Lula exalta a economia pede combate ao pessimismo

DO ENVIADO ESPECIAL A TAUBATÉ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TAUBATÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou exaltar ontem a agenda que considera a mais positiva de seu governo: a econômica. Afirmou que "é preciso de uma vez por todas parar com o pessimismo no país", já que o Brasil tem, atualmente, uma "chance extraordinária de dar um salto de qualidade" para que o crescimento seja sustentado.
Em discurso ora lido, ora de improviso durante evento de ampliação da fábrica de celulares da LG em Taubaté (interior de São Paulo), o presidente evitou mencionar a crise política pela qual passa seu governo e o PT.
Listou dados positivos da economia, com destaque às exportações, e ações de governo na área da Educação. Também exaltou a "criatividade" do povo brasileiro.
"Os 3,137 milhões de postos de trabalho com carteira assinada criados em 30 meses de mandato junto com outros indicadores de inclusão social são prova concreta de que está havendo efetiva mudança social no país", disse Lula, observado por ministros, empresários e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência.
"É preciso de uma vez por todas parar com o pessimismo neste país. Tem gente que levanta reclamando da vida, vai dormir reclamando da vida, sonha com coisa ruim e acorda de mau humor", disse o presidente, muito aplaudido. "Ninguém consegue construir nada positivo se a gente não acreditar", completou, pedindo investimento aos empresários.

Reforço no Congresso
Se no evento da tarde o presidente evitou abordar temas políticos, esses dominaram a posse de Jaques Wagner como novo articulador político do governo pela manhã, em Brasília. Lula disse que a "vida política é uma roda-gigante que não pára de girar".
"Acho que estamos vivendo um momento em que os melhores quadros da política brasileira precisam despontar para fazer com que a política continue da melhor forma possível", disse Lula, segundo relato de presentes à posse.
A comparação, feita quando o governo enfrenta seu momento mais difícil, foi em rápido e improvisado discurso em evento fechado que durou oito minutos.
Ontem, Jaques Wagner (PT-BA) assumiu o recém-criado Gabinete de Coordenação Política e Articulação Institucional, em substituição a Aldo Rebelo (PC do B), que retoma seu mandato de deputado federal ao deixar a extinta Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais. O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social virou uma subchefia da nova pasta.
Lula voltou a justificar a saída de ministros com mandato parlamentar. E citou nominalmente, além de Aldo, Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Eunício Oliveira (Comunicações). "São três parlamentares que sempre atuaram bem juntos, e é hora de voltar para articular a ação de nossas forças no Congresso. Para que o Congresso funcione normalmente, independentemente das CPIs, que faça acontecer as coisas que têm que acontecer. Porque, em caso contrário, passa para a sociedade uma idéia que as coisas não estão funcionando."
Estavam presentes os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Roberto Rodrigues (Agricultura).
O presidente utilizou da relação de Aldo desde 2003 para falar dos "momentos distintos" vividos pelo governo. Segundo Lula, a fase inicial foi o primeiro ano de governo. "Funcionou bem", disse.
O momento seguinte teria sido a ida do deputado para a coordenação política. O período atual requer o retorno dos "melhores quadros" a seus mandatos.


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