São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

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UNE elege novo presidente e mantém PC do B no poder

Augusto Chagas, aluno de sistemas de informação da USP, é filiado ao partido que está no comando da entidade desde 1991

O estudante, eleito durante o 51º congresso da UNE, em Brasília, defende os repasses do governo, que chegaram a R$ 10 mi na gestão Lula


ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aluno do curso de sistemas de informação da USP Augusto Chagas, 27, foi eleito ontem presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) no 51º congresso da entidade, que aconteceu em Brasília.
Ele assume o posto no lugar de Lúcia Stumpf e será o 10º líder da entidade filiado ao PC do B, partido que controla a entidade desde 1991, embora não tenha semelhante representatividade nacional -ocupa só 2% das cadeiras do Congresso.
Chagas ocupará o cargo por dois anos, período em que acompanhará uma eleição presidencial. Ele diz que a entidade não deverá participar de nenhuma campanha, mas apresentará uma plataforma de propostas para os candidatos.
Além do PC do B, estão na chapa estudantes do PMDB, PSB, PDT, PT, e militantes do antigo MR-8. Votaram cerca de 3.000 pessoas. Chagas venceu com 2.809 votos (72%). O Brasil tem cerca de 5 milhões de universitários.
Dentro desse diversificado leque de apoios, há críticas a práticas defendidas pelo grupo que dirige a entidade. A principal é forma de escolha dos representantes da entidade.
A eleição hoje para a diretoria da UNE é indireta. Nas universidades, os alunos elegem delegados, que vão ao congresso e escolhem os dirigentes.
Usando camiseta com a inscrição "Diretas Já", o estudante Gabriel Souza diz que falta coerência à entidade. "Se a UNE prega eleições diretas para reitor, porque não defender o mesmo para a própria UNE?".
Os integrantes do PC do B defendem a atual forma de eleição sob o argumento de que um pleito direto traria dificuldades logísticas e, além disso, é importante que a escolha seja feita no congresso da UNE, que também define diretrizes.
A independência da entidade foi outro ponto de dissensão na eleição de ontem. A UNE já recebeu R$ 10 milhões do governo Lula desde 2004. Embora tenha críticas à política de juros, não se manifestou em relação aos principais escândalos de corrupção do governo.
"Queremos recuperar a autonomia da UNE", diz Juliano Medeiros, aluno da UFRGS que condena a falta de críticas à política educacional de Lula.


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