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UNE elege novo presidente e mantém PC do B no poder
Augusto Chagas, aluno de sistemas de informação da USP, é filiado ao partido que está no comando da entidade desde 1991
O estudante, eleito durante o 51º congresso da UNE, em Brasília, defende os repasses do governo, que chegaram
a R$ 10 mi na gestão Lula
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aluno do curso de sistemas
de informação da USP Augusto
Chagas, 27, foi eleito ontem
presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) no 51º
congresso da entidade, que
aconteceu em Brasília.
Ele assume o posto no lugar
de Lúcia Stumpf e será o 10º líder da entidade filiado ao PC do
B, partido que controla a entidade desde 1991, embora não
tenha semelhante representatividade nacional -ocupa só
2% das cadeiras do Congresso.
Chagas ocupará o cargo por
dois anos, período em que
acompanhará uma eleição presidencial. Ele diz que a entidade não deverá participar de nenhuma campanha, mas apresentará uma plataforma de
propostas para os candidatos.
Além do PC do B, estão na
chapa estudantes do PMDB,
PSB, PDT, PT, e militantes do
antigo MR-8. Votaram cerca de
3.000 pessoas. Chagas venceu
com 2.809 votos (72%). O Brasil tem cerca de 5 milhões de
universitários.
Dentro desse diversificado
leque de apoios, há críticas a
práticas defendidas pelo grupo
que dirige a entidade. A principal é forma de escolha dos representantes da entidade.
A eleição hoje para a diretoria da UNE é indireta. Nas universidades, os alunos elegem
delegados, que vão ao congresso e escolhem os dirigentes.
Usando camiseta com a inscrição "Diretas Já", o estudante
Gabriel Souza diz que falta coerência à entidade. "Se a UNE
prega eleições diretas para reitor, porque não defender o
mesmo para a própria UNE?".
Os integrantes do PC do B
defendem a atual forma de eleição sob o argumento de que um
pleito direto traria dificuldades
logísticas e, além disso, é importante que a escolha seja feita no congresso da UNE, que
também define diretrizes.
A independência da entidade
foi outro ponto de dissensão na
eleição de ontem. A UNE já recebeu R$ 10 milhões do governo Lula desde 2004. Embora
tenha críticas à política de juros, não se manifestou em relação aos principais escândalos
de corrupção do governo.
"Queremos recuperar a autonomia da UNE", diz Juliano
Medeiros, aluno da UFRGS que
condena a falta de críticas à política educacional de Lula.
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