São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999 |
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PAINEL Caça-talentos FHC quer um executivo com experiência no setor financeiro para suceder Calabi no Banco do Brasil. O perfil procurado é o de Alcides Tápias, ex-Bradesco e hoje na Camargo Corrêa. Em outras mexidas ministeriais, Tápias foi sondado e recusou. Saída de emergência Se não tiver sucesso na caça de um grande nome da iniciativa privada, FHC pode optar por Sérgio Cutolo para o Banco do Brasil. Ex-presidente da Caixa, ele possui experiência pública, mas não tem apoio partidário. Lero-lero FHC prometeu a tucanos que Clóvis Carvalho vai tocar projetos que haviam sido formulados por Mendonção para o Desenvolvimento. Prova disso seria a transferência de Calabi do Banco do Brasil para o BNDES. Amaciante federal O projeto de superministério da produção feito por Mendonção previa a atuação articulada BB-BNDES. Resta saber se a promessa de FHC não é apenas uma satisfação aos desenvolvimentistas tucanos. Carvalho é detestado por cardeais da turma, como Mendonção e Serra. Efeito colateral Os amigos de Inocêncio andam preocupados com o mau humor exibido nos últimos dias. O motivo é simples: depois de afilar o nariz, o líder do PFL resolveu emagrecer. A irritação decorre dos remédios. Ineficiência comprovada Empresários que publicamente elogiam a escolha de Clóvis Carvalho para o Desenvolvimento criticam o novo ministro impiedosamente nos bastidores. Dizem que ele não mostrou capacidade gerencial na Casa Civil, exatamente o que é preciso na nova tarefa. Rixa nordestina Abelírio Rocha, ex-secretário de Irrigação, está montando a estrutura do Ministério da Integração Nacional, de Fernando Bezerra. É um dos pais do projeto de mudança do curso do São Francisco. ACM é contra. Olho gordo O PMDB faz força para transferir a Defesa Civil e o Denatran do Ministério da Justiça para a Secretaria de Políticas Urbanas, que ficou na cota do partido. O Denatran cuidará das licitações das inspeções veiculares, um negócio de R$ 1,5 bi por ano. Esfregando as mãos Aécio Neves está entre Jutahy Magalhães (BA) e Vicente Arruda (CE) para substituir Aloysio Nunes na relatoria da reforma do Judiciário. O líder tucano ainda fará consultas, mas, se indicar Jutahy, adversário de ACM na Bahia, Temer apóia na hora. Os presidentes da Câmara e do Senado trocaram ofensas pesadas recentemente. Deve ser o único Quem conhece FHC diz que o discurso de ontem mostrou que realmente o presidente acredita na reforma ministerial que fez. A empolgação era muito maior do que o pronunciamento morno da posse no 2º mandato. Conta que não fecha Segundo cálculo do governo, para compensar a alta do dólar e do petróleo, a gasolina deveria subir cerca de 50% para que o país cumpra as metas para o setor acertadas com o FMI. Resta saber se haverá coragem para encarar o desgaste político. Destroços de guerra Perdida a batalha, Calheiros vai a SP nos próximos dias. Depois de ser fritado por FHC, o ex-ministro da Justiça fará seu primeiro check-up, aos 43 anos. Conta outra Na contabilidade do Planalto, ACM perdeu na reforma ministerial: Pio Borges, o ex-presidente BNDES que deu apoio ao projeto Ford-Bahia. Se quisesse mesmo contrariar ACM, o presidente teria derrubado um de seus dois ministros. Visita à Folha O senador Romeu Tuma (PFL-SP) visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do assessor Antônio Aggio Jr. TIROTEIO De Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP), sobre FHC, seus auxiliares e tucanos venderem a reforma ministerial como um fato que marca a posse, de fato, no segundo mandato: - O problema do presidente nunca foi mudar ou não mudar ministros, mas o estilo de governar. Indeciso contumaz, FHC prefere manobras de marketing a pegar no pesado. CONTRAPONTO Pai desnaturado >Candidato a presidente da República na eleição do ano passado, Ciro Gomes (PPS) disputava com FHC o título de pai do real. Pelo menos um argumento ele tinha: havia sido o ministro da Fazenda em um dos períodos mais difíceis da implantação da moeda, em 1994. Em viagem de campanha a Pau dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte, o epíteto do candidato só serviu para reforçar o assédio de pedintes ao político, atitude comum nessa região do país. Com jeito, Ciro Gomes foi recusando todos os pedidos. Quando o candidato já havia se desvencilhado de quase todos, foi surpreendido por um conhecido boêmio local, que usa o apelido de Jacaré. Mais uma vez, Ciro disse que estava sem dinheiro. Jacaré não perdeu a oportunidade de provocar, virou-se para o séquito de Ciro e disparou: - Ih, gente! Como esse homem quer ganhar a eleição? Diz que é o pai do real, mas não carrega nenhum filho no bolso! Próximo Texto: FHC empossa ministros com críticas a "golpismo" Índice |
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