DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília

A posse de Marcus Vinícius Pratini de Moraes no Ministério da Agricultura e do Abastecimento atraiu alguns de seus antigos colegas do primeiro escalão do regime militar (1964-1985).
Ex-ministro da Indústria e Comércio entre 1970 e 1974, na gestão do general Emílio Garrastazu Médici, Pratini teve em sua platéia o deputado federal Delfim Netto (PPB-SP), que permaneceu até a hora dos cumprimentos. Jarbas Passarinho, outro veterano do governo militar, não esperou o discurso de posse para ir embora.
Por conta disso, Pratini agradeceu apenas a presença de seu "antigo companheiro Delfim", logo no início de seu discurso. A rápida passagem de Passarinho acabou omitida.
O novo ministro da Agricultura de Fernando Henrique Cardoso foi colega em duas oportunidades de ambos os personagens.
Delfim foi ministro da Fazenda, e Passarinho respondeu pela pasta da Educação durante todo o governo Médici (1969-1974).
Com Delfim, Pratini não se encontrou mais na primeira esfera do Poder Executivo. O atual deputado federal acabou seguindo carreira no governo do general João Baptista Figueiredo. Primeiro, como ministro da Agricultura (1979). Depois, como titular da Secretaria de Planejamento (1979-1985).
Mas reencontrou-se com Passarinho no governo de Fernando Collor de Mello. Pratini foi ministro das Minas e Energia entre 1990 e 1992, mesmo período no qual Passarinho respondia pela pasta da Justiça.
A platéia da posse Pratini incluiu ainda os ministros Pedro Malan (Fazenda), Francisco Dornelles (Trabalho) e Raul Jungmann (Política Fundiária) e representantes da bancada ruralista no Congresso, como o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO).
Pratini dirigiu-se diretamente a Malan em seu discurso ao afirmar que pretende ter um "choque para a frente" com o ministro da Fazenda. Também reclamou dos subsídios que os Estados Unidos e a União Européia dão a seus setores agrícolas.



Texto Anterior: Tavares assume e defende mais cortes
Próximo Texto: Janio de Freitas: Alimento problema
Índice