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MARKETING NO PALÁCIO
Tucano deixa 300 pessoas entrar na residência oficial
FHC abre o Alvorada em
solenidade para a seleção
da Sucursal de Brasília
Com a popularidade em baixa,
o presidente Fernando Henrique
Cardoso, em decisão inédita durante seu governo, mandou abrir
os portões do Palácio da Alvorada
(residência oficial) para que 300
pessoas (segundo a PM) prestigiassem recepção à seleção brasileira, bicampeã da Copa América.
FHC recebeu e posou para fotos
com a delegação brasileira ontem
pela manhã no Alvorada. Nos últimos dias, o presidente vem recebendo personalidades de apelo
popular, como o apresentador
Ratinho e o padre Marcelo Rossi.
FHC passa pelo seu momento
de maior impopularidade. A última pesquisa do Datafolha sobre o
tema, publicada pela Folha em 20
de junho, mostra que 44% dos
brasileiros consideram seu governo ruim ou péssimo.
Ontem, FHC deixou-se fotografar e filmar levantando a taça junto com Ronaldo, Cafu e Wanderley Luxemburgo. "A palavra não é
minha, a palavra é de quem ganhou. Quem ganhou foi o nosso
time, um grande time, que acredita no Brasil, como eu acredito neles", disse o presidente.
O próprio FHC ordenou que os
seguranças abrissem o Alvorada
para que as 300 pessoas que esperavam a saída dos jogadores ocupassem o jardim do palácio. Não
houve controle, entrou quem
quis. As pessoas cruzaram correndo o jardim até a porta do Alvorada, onde passaram a esperar
a saída dos jogadores. "Ronaldinho, cadê você? Eu vim aqui só
para te ver", gritavam.
Seguranças e policiais separavam as pessoas da porta do palácio. Um outro grupo de torcedores errou o endereço da festa e esperou pela seleção no Planalto.
A delegação brasileira saiu de
dentro do Alvorada com FHC,
Ronaldo e Cafu -com a taça- à
frente. Ao ouvir as pessoas gritarem o nome do goleiro Dida, FHC
puxou o jogador para frente e levantou seu braço.
O presidente afirmou aos jogadores que o Brasil está orgulhoso
e que eles são "exemplos" para o
país. Ele elogiou a garra e a solidariedade dos jogadores. "Se há alguma coisa de que o Brasil se orgulha, além do nosso samba e
Carnaval, é o nosso futebol. Vocês, ontem (anteontem), mostraram o que é o Brasil", disse.
Dida afirmou que "de maneira
nenhuma" se sentiu usado pelo
governo. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira
de Futebol, disse que partiu da entidade a idéia de trazer a seleção
para visitar Brasília e FHC.
Segundo ele, foi uma forma de
retribuir o apoio que a seleção vice-campeã do mundo recebeu na
cidade no ano passado.
Sobre o fato de a seleção ajudar
na popularidade do presidente,
Teixeira respondeu: "De política,
eu não entendo". Ele se recusou a
responder perguntas da Folha.
(AUGUSTO GAZIR e LUIZA DAMÉ)
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