São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000
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EM CAMPANHA Funcionários, que concorrem em número suficiente para formar legenda própria, defendem que o banco continue como estatal BB terá 480 candidatos em 24 Estados WLADIMIR GRAMACHO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Nas eleições municipais deste ano, o Banco do Brasil vai apresentar 480 candidatos a cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador em municípios de 24 Estados do país. É gente suficiente para fundar uma nova legenda, o PBB (Partido do Banco do Brasil). Bandeira, os funcionários do banco já tem. É a luta pela preservação do BB como instituição pública, ligada ao governo e dotada de uma "função social". A proposta está inscrita numa cartilha da Associação Nacional dos Funcionários do BB (Anabb), dirigida a todos os candidatos da corporação. "A campanha eleitoral é uma oportunidade ímpar que têm os funcionários que são candidatos para a divulgação da importância e conveniência de ampliação e preservação das atribuições de banco público exercidas pelo BB", diz a cartilha distribuída pela Anabb. O ex-deputado federal Augusto Carvalho, um dos diretores da Anabb, diz que os funcionários do BB representam atualmente "o movimento de categoria profissional mais expressivo do país". "Ninguém deve ter mais candidatos do que a gente", conta o ex-parlamentar, filiado ao PPS. Em 1996, na última eleição municipal, o resultado não decepcionou a corporação. Metade dos 350 candidatos egressos do BB conseguiu se eleger. A assessoria de imprensa do banco informou que não há qualquer curso, incentivo ou infra-estrutura para os candidatos que são funcionários. Cada um tem de usar seus dias de férias e folgas acumuladas para disputar a eleição. As faltas não justificadas são descontadas. A cartilha da Anabb, além de defender um BB estatal, dá dicas aos candidatos sobre organização da campanha, legislação eleitoral e administração de municípios. O livreto foi elaborado com ajuda do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Um primeiro levantamento feito pela associação mostra que 280 candidatos estavam disputando a eleição por 23 legendas, em quase todos os estados da federação. O partido com maior número de concorrentes, na época, era o PT (69), seguido por PMDB (30), PFL (28), PSDB (24) e PSB (21). Alberto Cruz Kuendig, um dos candidatos do PT, quer ser prefeito de Maracaju (MS). Funcionário do BB há 19 anos, já tentou se eleger deputado estadual duas vezes. Não conseguiu. Sobre a venda do banco, é enfático. "Privatização? Sou contra", diz o petista, um dos 26 funcionários da única agência que o BB tem na cidade, de 30 mil habitantes. "No final dos anos 80, o banco chegou a ter 105 funcionários aqui", lembra ele. Uma realidade que vem mudando e que deve se transformar ainda mais caso o governo federal consiga mobilizar o Congresso para reformar as regras sobre o BB ou até mesmo privatizá-lo, como sugere estudo da consultoria Booz-Allen & Hamilton, divulgado semanas atrás. Texto Anterior: Debate na TV reúne amanhã seis candidatos Próximo Texto: Panorâmica: Tasso descansa em Nova York Índice |
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