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PARANÁ
Lerner consegue adiar julgamento de suas contas
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Com apoio de aliados na Assembléia Legislativa e no TCE
(Tribunal de Contas do Estado)
do Paraná, o governo Jaime Lerner (PFL) conseguiu adiar para
depois do primeiro turno o julgamento da prestação de contas do
orçamento de 2001. A prestação
de contas apresentaria saldo negativo de R$ 469,6 milhões.
O orçamento executado em
2001 foi de R$ 8,99 bilhões. A previsão aprovada pela Assembléia
Legislativa no ano anterior foi de
R$ 12,81 bilhões.
O julgamento das contas do penúltimo ano da gestão Lerner, pelo TCE, deveria ter ocorrido na última sexta-feira. No dia anterior, a
maioria dos conselheiros aprovou adiamento por 60 dias, depois de receber nova versão do
balanço, via Assembléia Legislativa. O líder do PMDB na casa, Nereu Moura, disse suspeitar "de
maquiagem".
O relator do processo, conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva, não foi localizado.
A primeira versão do balanço
de 2001 foi protocolada no TCE
em 16 de junho. Antes da troca de
versões, a Inspetoria Geral de
Controle do órgão havia apontado uma série de irregularidades.
Além do déficit de R$ 469,6 milhões sobre um orçamento executado, o relatório da inspetoria
acusou a falta de capacidade do
governo de saldar juros e encargos da dívida e amortizações dos
financiamentos contratados.
O caixa também não teria liquidez. Para cada R$ 1 de sua dívida
de curto prazo, o governo disporia de apenas R$ 0,22. Esse cenário sugere risco de o governo responder a processo, com base na
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Na área social, a desaprovação
das contas se referia aos recursos
da saúde. A Constituição recomenda aplicação mínima de 8%
na área. O balanço original apontou gasto de 5,7%.
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